Presidente da Bolívia nega envolvimento em tentativa de golpe

O presidente da Bolívia, Luis Arce, negou envolvimento em uma tentativa de golpe, nesta quinta-feira, 27. A declaração se deu depois de o general Juan José Zuñiga afirmar que Arce teria planejado um “autogolpe”.

“Como poderia ser uma instrução ou um planejamento de um autogolpe?”, reforçou Luis Arce. “Ele agiu por conta própria.”

Zuñiga, que está preso e foi o líder da tentativa de golpe, disse à imprensa que se reuniu com Arce no domingo 23. De acordo com ele, o presidente falou em aumentar sua popularidade.

Detalhes da acusação de golpe

Zuñiga revelou que indagou se era necessário “tirar os blindados” ao presidente Luis Arce. “Então, eu perguntei: ‘Tiramos os blindados?’ e ele disse: ‘Tire’”, acusou Zuñiga, antes de a polícia levá-lo preso. “No mesmo dia os blindados começaram a ser preparados.”

Nesta quinta-feira, 27, o ministro do Interior da Bolívia, Eduardo del Castillo, afirmou à emissora de TV Unitel que o governo tinha indícios de “tentativas de desestabilização” antes do motim, mas os detalhes eram desconhecidos.

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Del Castillo informou que as forças policiais prenderam 17 pessoas, incluindo Zuñiga e o ex-comandante da Marinha, Juan Arnez Salvador.

Estima-se que cerca de 200 militares participaram da ação. Zuñiga, demitido na terça-feira 25, depois de criticar o ex-presidente Evo Morales. O general declarou que Morales não poderia mais ocupar o cargo e que não permitiria que “a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo”.

Relembre o caso da tentativa de golpe na Bolívia

Apesar das ameaças, o governo não esperava que Zuñiga mobilizasse o Exército contra Luis Arce. “Ninguém poderia imaginar que no dia seguinte, antes da transferência oficial dos cargos, haveria um golpe fracassado em nosso país”, disse Del Castillo.

Às 15h57 (horário de Brasília) da última quarta-feira, 26, Luis Arce anunciou a tentativa de golpe depois de veículos blindados e militares estacionarem nas esquinas da Plaza Murillo, onde ficam o Palácio Quemado e a Assembleia Legislativa Plurinacional, em La Paz.

Imagens e confrontos

O movimento, liderado por Zuñiga, destituído na terça-feira 25, depois de criticar Evo Morales, buscava “restaurar a democracia” e pediu a liberação de presos políticos.

Imagens nas redes sociais mostraram um tanque atingindo a entrada do palácio presidencial em La Paz.

El levantamiento antidemocrático de algunas unidades del Ejército de Bolivia, solo merecen el más enérgico repudio.

Mi respaldo incondicional al presidente Luis Arce y convoco a la defensa firme de la democracia. No permitamos que la voluntad del pueblo sea avasallada. Fuerza… pic.twitter.com/20lbVoCji4

Em outro vídeo, Arce confrontava Zuñiga do lado de fora do palácio.

🔷 Momento en que el presidente de Bolivia @LuchoXBolivia enfrenta a los militares golpistas

🔹 Arce ordenó al Gral. Juan José Zúñiga replegar las fuerzas inmediatamente

📌 Cortesía pic.twitter.com/uGD3hjTmlk

Arce substituiu o comando do Exército em razão da tentativa de golpe. Ao lado do presidente no Palácio Quemado, o novo comandante, José Wilson Sánchez, ordenou o recuo das tropas: “Peço, ordeno que todo o pessoal que se encontra mobilizado deve voltar às suas unidades.”

Por volta das 19h (horário de Brasília) de quarta-feira, 26, os militares fiéis a Zuñiga começaram a deixar a Plaza Murillo.

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Fonte: Revista Oeste


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