Aeroportos do RS absorvem apenas 16% dos voos do Salgado Filho

Os aeroportos do Rio Grande do Sul conseguem absorver apenas 16% dos voos que eram operados pelo Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Ao considerar os aeroportos de Florianópolis (SC) e outras duas cidades catarinenses, a capacidade sobe para 78%

Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A comparação foi feita entre o período de 4 de maio a 17 de junho deste ano com o mesmo intervalo de 2023. Foram considerados voos comerciais regulares, tanto partidas quanto chegadas.

O Aeroporto Salgado Filho foi fechado em 3 de maio, depois da pista e o primeiro pavimento serem inundados pelo rio Guaíba. O número de passageiros caiu 92,9% de abril a maio, passando de 516 mil para 36 mil.

Para mitigar o impacto, o governo federal e companhias aéreas criaram uma malha emergencial na base militar em Canoas, e aumentaram voos em cinco terminais gaúchos e três catarinenses.

Esses terminais emergenciais incluem cidades como Florianópolis, a cinco horas de Porto Alegre, e Pelotas, a três horas. Canoas, a opção mais próxima, recebe 34 voos semanais, geralmente lotados.

Entre 4 de maio e 17 de junho, os dez terminais emergenciais registraram 5.274 voos domésticos, enquanto o Salgado Filho teve 6.784 no mesmo período em 2023.

Alta nas tarifas aéreas

A redução da oferta e a alta demanda por voos próximos a Porto Alegre resultaram em um aumento significativo das tarifas em junho.

Caxias do Sul viu suas tarifas duplicarem entre 1º de maio e 19 de junho deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Passo Fundo registrou um aumento de 64%, enquanto Pelotas teve alta de 36%.

Nos aeroportos catarinenses, Jaguaruna e Florianópolis, os preços subiram 50% e 14%, respectivamente. A empresa Kaiak, que monitora passagens, fez o levantamento a pedido da reportagem.

Para voos até 31 de julho, saindo de São Paulo para Canoas, a média das tarifas é de R$ 2.000, conforme dados do Google Flights em consulta realizada na manhã de sexta-feira, 21.

Duas semanas antes do início das enchentes, em 16 de abril, os preços para julho variavam entre R$ 485 e R$ 1.300, conforme alertas do mesmo agregador.

A Abear afirma que os preços das passagens aéreas são dinâmicos e sujeitos à liberdade tarifária. Em maio, a tarifa média para o Rio Grande do Sul foi de R$ 554,84, inferior à de abril.

Marcelo Guaranys, sócio do Demarest e ex-presidente da Anac, diz ser improvável os preços retornarem ao patamar anterior. “É importante as empresas terem discernimento para não cobrar preços exorbitantes, mas é natural que esses valores sejam mais altos”, explicou.

Reabertura do Aeroporto Salgado Filho e desafios logísticos

Ainda não há previsão para a reabertura total ou parcial do Salgado Filho. A Fraport, concessionária do aeroporto, se reuniu com o governo federal e apresentará um diagnóstico da pista em 18 de julho.

Andreaa Paal, CEO da Fraport, levantou a hipótese de devolver a concessão caso não receba verbas para a reconstrução. No encontro com o governo, a empresa reafirmou o compromisso de manter o contrato até 2042.

O fechamento do aeroporto não afeta apenas os passageiros, mas também envolve custos de reconstrução, dificuldade em atrair turistas e desafios logísticos para o transporte de cargas.

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Fonte: Revista Oeste


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