Dívida pública vai a 76,8% do PIB, maior nível em 2 anos

A dívida pública bruta do Brasil alcançou 76,8% do PIB em maio, um aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior, conforme divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira, 28.

Este é o nível mais alto em mais de dois anos; em fevereiro de 2022, a dívida era de 76,91%. Desde o início de 2024, a subida acumulada é de 2,4 pontos percentuais do PIB.

Em maio, a dívida bruta somou R$ 8,5 trilhões, abrangendo o governo federal, INSS e governos estaduais e municipais. Este indicador é crucial para investidores avaliarem a sustentabilidade das contas públicas em relação ao PIB.

O Banco Central apontou que a alta mensal foi impulsionada pelos juros nominais (aumento de 0,6 ponto percentual), emissões líquidas (alta de 0,1 ponto) e reconhecimento de dívida (elevação de 0,1 ponto). A variação do PIB nominal contribuiu com uma redução de 0,4 ponto percentual.

Projeções indicam continuidade de alta na dívida

De acordo com projeções do Executivo, a dívida bruta deve continuar a subir até 2027, quando atingirá 79,7% do PIB, antes de iniciar uma lenta queda até 74,5% do PIB em 2034, patamar próximo ao de 2023 (74,4% do PIB).

A dívida líquida, que desconta ativos do governo, chegou a 62,2% do PIB em maio (R$ 6,9 trilhões), crescendo 0,7 ponto percentual. Em 2024, o aumento acumulado é de 1,2 ponto percentual do PIB.

O Banco Central também informou que o resultado de maio refletiu os efeitos dos juros nominais (aumento de 0,7 ponto percentual), déficit primário (alta de 0,6 ponto), desvalorização cambial de 1,3% (redução de 0,2 ponto), ajustes da dívida externa líquida (queda de 0,2 ponto) e variação do PIB nominal (redução de 0,3 ponto).

O setor público consolidado brasileiro encerrou maio com um déficit primário de R$ 63,9 bilhões, em comparação com um déficit de R$ 50,2 bilhões no mesmo mês do ano anterior.

Fatores que influenciam a dívida pública

O déficit inclui resultados do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência), governos estaduais e municipais e empresas estatais. Em maio, o governo central teve um déficit de R$ 60,8 bilhões.

Na quarta-feira 26, o Tesouro Nacional informou que o pagamento do 13º salário aos beneficiários do INSS e as despesas para enfrentar a calamidade no Rio Grande do Sul contribuíram para o resultado negativo.

Economistas estão preocupados com a trajetória dos gastos com a Previdência Social. O jornal Folha de S. Paulo destacou que haverá um aumento de pelo menos R$ 100 bilhões nas despesas previdenciárias nos próximos quatro anos devido à política de valorização do salário mínimo instituída pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em maio, estados e municípios registraram um déficit de R$ 1,1 bilhão, e as estatais tiveram um resultado negativo de R$ 2 bilhões, segundo dados do Banco Central.

No critério nominal, que inclui despesas com juros, o setor público consolidado teve um déficit de R$ 138,3 bilhões em maio, sendo que os juros representaram R$ 74,4 bilhões.

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Fonte: Revista Oeste


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