Dano a gasoduto no Báltico aumenta tensão entre Rússia e Otan
Além da guerra entre Israel e Hamas chamar atenção do mundo, mais uma nova crise internacional surge — desta vez, entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no Mar Báltico.
O Gasoduto Balticconector, que liga a Estônia e a Finlândia, dois membros da Otan, sofreu danos e teve de ser desativado há duas semanas.
Uma linha de transmissão de dados que percorre em paralelo também foi cortada.
Suspeita de sabotagem no gasoduto
O governo da Finlândia afirmou que o gasoduto foi alvo de sabotagem e pediu explicações à China e à Rússia sobre a presença de navios dos dois países na região. Não houve explosão submarina.
Os investigadores localizaram uma peça grande e pesada perto da área afetada, que sugere que tenha sido jogada de uma embarcação.
Na sexta 20, o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, declarou que a Otan deveria fechar as rotas marítimas russas no Mar Báltico se sua participação no incidente for provada.
Porém, esse tipo de ato seria o equivalente a uma declaração de guerra. A Otan havia dito que tomaria medidas de segurança caso ficasse provado alguma interferência externa no dano ao gasoduto, como sugere a Finlândia. Moscou respondeu às declarações.
“Repito mais uma vez: a Rússia não teve nada a ver com isso”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov .”Qualquer ameaça tem de ser levada a sério, não importa de quem venha. Qualquer ameaça à Federação Russa é inaceitável.”
Nord Stream
O Kremlin voltou a acusar os Estados Unidos e seus aliados pela explosão de três dos quatro ramais do sistema Nord Stream, que era a principal ligação entre a Rússia e Alemanha no ano passado.
O incidente foi antes da crise que levou à invasão da Rússia pela Ucrânia, momento em que os países europeus procuraram reduzir ao máximo a dependência de gás natural de Moscou.
Hoje, esse consumo está em cerca de 15%. Washington negou envolvimento, e as investigações continuam na Suécia, na Dinamarca e na Alemanha.
“Sobre isso, o senhor presidente [da Letônia] decidiu ficar quieto e não falar”, comentou Peskov.
Com a guerra da Ucrânia, houve um aumento da tensão na Europa. E o Mar Báltico é um dos principais focos. Caças, bombardeiros e aviões-patrulha ocidentais e russos se interceptam na região. A entrada da Finlândia na Otan dobrou a fronteira terrestre entre a aliança e seus rivais históricos.
Fonte: Revista Oeste