O presidente Lula está com medo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar os episódios do dia 8 de janeiro em Brasília. O petista decidiu ameaçar líderes de partidos que têm cargos no governo — não só no primeiro escalão de ministérios — caso os deputados não retirem as assinaturas para a abertura da CPI. O principal alvo é o União Brasil, sigla que nasceu da fusão do extinto DEM com o que tinha sobrado do PSL depois da saída de aliados de Jair Bolsonaro. O dono do União é o deputado Luciano Bivar (PE). O ex-prefeito de Salvador ACM Neto também dá as cartas na agremiação. Lula pretende rifar os ministros da sigla Juscelino Filho, das Comunicações, e Daniela Carneiro, a Daniela do Waguinho, que chefia o Turismo. Ambos estão enrolados em denúncias.
Nos bastidores do Congresso, parlamentares afirmam que Lula resolveu atender o pedido da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e demitir a dupla do União. Gleisi já tem até os nomes dos substitutos — que não são do União, obviamente. Já integrantes da bancada do partido de Bivar afirmam que foi o próprio PT quem entregou as denúncias à mídia. A primeira reunião de Lula com Juscelino Filho vai acontecer na segunda-feira, 6. Pode ser a primeira e última.
Paralelamente, Lula também tem mandado recados ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que não deixe a CPI prosperar. Lira também tem indicados no governo. Mas até agora não se mexeu.
Fonte: Revista Oeste