Ives Gandra condena ‘radicalismo’ de Lula contra Banco Central

O jurista Ives Gandra Martins condenou as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central (BC). Em vídeo publicado no Instagram, na quarta-feira 8, o jurista afirmou que as declarações do petista prejudicam os principais indicadores da economia brasileira, como a inflação, os juros e a taxa de crescimento.

“Aqueles que entendem de economia dizem que as declarações do presidente Lula não permitem a redução dos juros”, observou Gandra Martins, referindo-se às críticas do petista ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. “O mercado reage negativamente. Lula não vê que o Banco Central do Brasil conseguiu um resultado melhor que o verificado nos Estados Unidos.”

 

 

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Em entrevista à RedeTV!, Lula criticou a autonomia do BC. “Vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, declarou. A gestão do presidente do BC termina em dezembro de 2024. A partir daí, o governo poderá indicar um novo nome para o cargo.

Mas não é só isso. A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, disse que a política de juros deveria “estar à altura” dos desafios nacionais. “O Banco Central tem de baixar a Selic, e temos de garantir isso nas ruas”, afirmou.

Brasil versus mundo

Gandra Martins destacou a forma como o Brasil controlou a inflação, em comparação com os Estados Unidos: os norte-americanos tiveram alta de 6,5% nos preços ao longo de 2022, enquanto os brasileiros registaram alta de 5,75%. “Lula não tomou como referência o que aconteceu no mundo”, disse, ao acrescentar que a União Europeia também teve resultados piores: 9,2%.

O jurista disse que Lula deveria parar de criticar o BC e começar a estabelecer as bases da política econômica dos próximos quatro anos. “Temos previsões de gastos sem previsão de receita”, afirmou. “Se não temos política fiscal, precisamos ter política monetária.”

Para Gandra Martins, os ministros técnicos do governo poderiam auxiliar o presidente em assuntos econômicos. Simone Tebet, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad, por exemplo, seriam os encarregados de fazer Lula “raciocinar” em seus discursos, segundo o jurista. “Cada vez que Lula diz que os juros são vergonhosos, a previsão de aumento da inflação no país cresce.”

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Fonte: Revista Oeste


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