Deputados pedem abertura de CPI sobre viagem de Arthur do Val

Um grupo de 32 deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) assinou requerimento na terça-feira, 22, pedindo abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a viagem de Arthur do Val à Ucrânia.

O pedido se debruça especificamente sobre a arrecadação que o deputado estadual, atualmente sem partido, e o Movimento Brasil Livre (MBL) conseguiram para a viagem. A ideia é que a CPI investigue supostas irregularidades na obtenção de R$ 275 mil em doações de simpatizantes.

Deputados de dez partidos da Alesp assinaram o pedido, protocolado por Gil Diniz (PL). Arthur do Val também enfrenta um processo de cassação na Assembleia Legislativa paulista.

Pelo documento publicado nesta quarta pelo Diário da Assembleia, Arthur do Val é suspeito de ilicitudes sobre a remessa de divisas ao exterior, aplicação nacional e internacional do dinheiro arrecadado e na prestação de contas dos valores, levantados supostamente em favor de ajuda humanitária a ucranianos.

O parlamentar ex-Podemos e o MBL são acusados de induzir os simpatizantes a doar dinheiro para uma chave Pix cujo titular e beneficiário não é nenhum órgão ucraniano, mas sim uma instituição privada chamada Movimento Renovação Liberal.

A empresa em questão é presidida por Alexandre Henrique Ferreira dos Santos, fundador do MBL e irmão de Renan Santos, coordenador do grupo, que também viajou à Ucrânia com Arthur do Val.

“Do valor total arrecadado, apenas 15% tiveram a destinação que havia sido prometida ao público doador no início da campanha, isto é, o Movimento Renovação Liberal, beneficiário das doações, repassou apenas 15% do montante doado pela população para itens de ajuda humanitária à população civil. E 0% do valor arrecadado foi doado diretamente à conta do exército ucraniano”, aponta o requerimento.

O documento ainda ressalta que o MBL apresentou um comprovante de transação efetuada em benefício da Representação Central Ucraniano-Brasileira, entidade registrada em âmbito nacional.

“Qual a razão de se pedir publicamente dinheiro para a conta do MRL e não diretamente à conta da entidade ucraniana registrada no Brasil para onde o dinheiro, a ser verdadeiro o comprovante apresentado pelo MBL, foi efetivamente doado?”, questiona o requerimento.

Em paralelo ao pedido de CPI, Arthur do Val enfrenta o risco de cassação. No último dia 18 de março, o Conselho de Ética da Alesp aprovou a abertura de um procedimento contra o parlamentar, em virtude de falas sexistas sobre mulheres ucranianas, expostas publicamente em áudios. O integrante do MBL vai ter cinco sessões plenárias para se defender. Depois, o conselho escolherá o relator do caso.


Fonte: Revista Oeste


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