Ciro Gomes afirma que o destino de todo político é o declínio

O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) fez uma análise de sua própria popularidade, admitindo seu isolamento político. Após perder quatro vezes a corrida pelo Planalto, o pedetista se descreveu como um “amante não correspondido pelo Brasil” e afirmou que o destino de toda figura política é o “ocaso”.

As declarações ocorreram durante entrevista ao jornal O Globo, que foi ao ar neste domingo (26). Na ocasião, ele disse que o resultado do último pleito presidencial, em 2021, matou sua crença na democracia brasileira.

– A eleição me chocou profundamente e matou em mim a crença no sistema democrático brasileiro. No minuto que perdi a eleição, senti uma espécie de deslegitimação do meu direito de participar – disse Gomes, que conta só estar “saindo da toca” atualmente, após um período de reclusão.

Ao ser questionado se perdeu a briga contra a polarização, Ciro disse que o Brasil é quem está derrotado, pois essa divisão “aniquila o nosso país”.

– Isso só se resolverá quando Lula sair do jogo. Teve o 1º de maio vexaminoso, e a turma de Lula fica dizendo que organizaram errado. Não foi isso. Eles quebraram a lógica de representatividade da sociedade civil pela cooptação. O povo foi embora. E sabe quem está falando para eles? A direita. Não na agenda real, mas na de costumes. A esquerda brasileira capitulou – analisa ele.

Ciro ainda admitiu que sua batalha virou “quixotesca”, pois não tem conseguido persuadir seus próprios aliados.

– Tenho que mudar de linguagem. Tenho clareza disso. É a minha grande frustração. Nunca tive a ilusão de que esse conjunto de ideias pudesse ser popular. Mas não quero mais submetê-las a essa coisa eleitoral. Sou isolado? Sou. Imagina quantos isolamentos sofreu Getúlio Vargas. Brizola também morreu completamente isolado. (…) O destino de todos os políticos é o ocaso. A diferença minha é que eu sei disso e estou pronto. Sabe por quê? Porque sou desapegado – assinalou.

O pedetista também disse que não possui uma inclinação anti-PT, mas sim “antimodelo”. Por esse motivo, afirmou não condenar o presidente de seu partido, Carlos Lupi, por ter aceitado tornar-se ministro da Previdência.

– Minha posição não é anti-PT. É antimodelo. Não condeno ninguém. Lupi está se esforçando como ministro. E, repare, se ele não aceita, Lula tinha ido em cima de um pedetista qualquer e estilhaçado o partido. Não vejo problema em contribuir. Sou apaixonado pelo Brasil. Apenas sou um amante não correspondido – acrescentou.

Apesar de enfatizar não ter mais pretensão de voltar a se candidatar, Ciro disse que não planeja “abandonar o fazer política”. Ele afirma estar escrevendo um livro e buscando outros modos prazerosos de exercitar sua vocação, sem ter que “depender da aprovação ou da crítica sebosa de eleitor”.

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Fonte: Pleno.News


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