Porto Alegre abre comporta para escoamento de enchente recorde

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre abriu a comporta número 3, localizada na Avenida Mauá, esquina com a rua Padre Tomé, no centro histórico, na tarde desta sexta-feira, 17. A ação, que durou aproximadamente uma hora, teve como objetivo facilitar o retorno das águas acumuladas para o leito natural do Guaíba.

Essa decisão foi baseada em uma análise técnica que indicou uma diminuição de quarenta centímetros no nível da água naquele local. Na manhã do mesmo dia, o nível do Guaíba estava em 4,69 metros, enquanto a cota de inundação é de três metros. O recorde anterior foi de 5,33 metros, alcançado em 6 de maio.

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Em comunicado, Maurício Loss, diretor-geral do DMAE, ressaltou que a abertura da comporta permitirá um melhor escoamento da água e facilitará o acesso às casas de bombas 17 e 18, situadas no centro da cidade, para que possam retomar suas operações.

“Com a redução do nível do Guaíba, notamos uma diferença de 40 centímetros entre a água da Avenida Mauá e o Cais, o que nos permitiu abrir a comporta e aumentar a vazão do fluxo.”

As comportas foram fechadas em 2 de maio para impedir que as águas do Lago Guaíba avançassem sobre a cidade. A medida foi necessária devido a falhas no sistema de contenção e bombeamento pluvial, desde que as águas começaram a se dirigir para o centro. Esta foi a maior enchente na história da capital gaúcha.

A operação de abertura da comporta contou com o auxílio de um rebocador de navios, o apoio da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo e de equipes do departamento municipal responsável pelo tratamento de água e esgotos. O DMAE informou que continua a monitorar a situação das demais comportas do Guaíba.

Inaugurado na década de 1970, o sistema de contenção das cheias dos rios Guaíba e Gravataí inclui um muro de concreto armado com 2,65 km de extensão na Avenida Mauá, 14 portas de aço – metade delas ao longo do muro –, 23 casas de bomba destinadas a escoar a água para fora da cidade, e 68 km de diques de terra, que adicionam uma barreira extra.

Problemas e falhas no sistema

Embora projetado para suportar um aumento no nível das águas até seis metros, o sistema falhou em 3 de maio, quando o nível atingiu 4,5 metros. A falta de manutenção adequada ao longo dos anos, por parte das sucessivas gestões municipais, contribuiu para o deterioramento do sistema.

Entre os problemas identificados estão brechas de até 10 centímetros entre as portas e o muro, motores de comportas roubados e não repostos, e bombas que falharam em funcionar.

A estrutura se mostrou insuficiente para proteger a cidade das fortes chuvas, com água vazando pelas frestas laterais e por baixo das estruturas de aço, falhas nas bombas que não resistiram à pressão da água e ficaram submersas. Elas precisaram ser desligadas devido ao risco de choque elétrico, e extravasamento de diques, como no dique do bairro Sarandi.

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Fonte: Revista Oeste


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