O que o ex-coroinha de Júlio Lancellotti tem a dizer aos vereadores de São Paulo

O jornalista Cristiano Gomes esteve na Câmara Municipal de São Paulo na tarde de quarta-feira 3. A presença não se deu por alguma cobertura. Da galeria, ele viu a maioria dos vereadores paulistanos rejeitar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o seu algoz: o padre Júlio Lancellotti.

Hoje com com 48 anos, Gomes foi vítima do religioso. Em 1987, ele foi alvo de assédio sexual por parte de Lancellotti. O caso ocorreu em momento de luto. Afinal, a abordagem se deu ao fim da missa de sétimo dia em memória da avó materna dele.

À época uma criança de 11 anos e que desempenhava a função de coroinha na Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca, Gomes resolveu nunca mais entrar na igreja — que já tinha Lancellotti como pároco. Com postagens feitas há alguns anos em seu perfil no Facebook, o jornalista deu detalhes do assédio em relato exclusivo a Oeste.

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Depois de externar o caso na imprensa e conversar, a portas fechadas, com um padre da Arquidiocese de São Paulo que prometeu realizar as necessárias investigações no âmbito da igreja, Gomes acompanhou, diretamente da Câmara Municipal, a ideia de CPI contra Lancellotti não prosperar.

Novamente em contato com Oeste, o ex-coroinha resolveu externar o que pensa a respeito dos vereadores que rejeitaram a abertura da comissão que investigaria Lancellotti e a atuação de organizações não governamentais que trabalham na região da cracolândia. Aos políticos que vetaram a CPI, ele registra uma série de indagações.

“Insensatez? Insensibilidade? Interesses políticos, financeiros ou maldade pura?”, indaga o jornalista. “O que está por trás do desprezo às vitimas de Lancellotti?”

“Desprezo às vítimas de Lancellotti?”

A última pergunta de Cristiano Gomes não se dá por acaso. Ele não é a única pessoa que relata ter sido vítima do padre Júlio Lancellotti.

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No início de março, Oeste publicou com exclusividade o relato de um ex-usuário de drogas. O homem, que teve a identidade mantida sob sigilo pelas autoridades políticas e religiosas, afirmou que recebia até R$ 300 para manter relações sexuais com o religioso.

Além disso, os peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti atestaram, em janeiro deste ano, a veracidade do vídeo em que Lancellotti se masturba para um menor de idade. Eles apresentaram um lado com 79 páginas.

Mesmo assim, Lancellotti escapou, ao menos por enquanto, de ser alvo da CPI na Câmara Municipal paulistana — graças à maioria dos vereadores. O padre tem como advogado o petista Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado federal por São Paulo.

E mais: “Casal acusado de extorquir o padre Júlio Lancellotti foi absolvido em duas instâncias”

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Fonte: Revista Oeste


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