Maceió: velocidade do afundamento do solo na mina da Braskem mantém-se a 0,7 cm/h

A Defesa Civil de Maceió informou, em nota, que o solo na mina da Braskem que está com risco de colapso já afundou 1,69 metro. A velocidade do afundamento é de 0,7 centímetro por hora, apresentando um movimento de 10,8 centímetros nas últimas 24 horas.

Desse modo, segundo o órgão, o alerta máximo permanece por causa do risco iminente de colapso da mina, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.

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A Defesa Civil reforça a recomendação de que a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo.

A Braskem informou que a área de risco do mapa definido pela Defesa Civil municipal está 100% desocupada. Os moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer nessa área de risco foram realocados pela Defesa Civil, por determinação judicial.

Vídeo mostra avanço de afundamento do solo de mina da Braskem, em Maceió

Imagens aéreas da Defesa Civil de Alagoas, registradas no último sábado, 2, mostram avanço das fissuras provocadas no solo de Maceió, em razão do colapso de uma mina da Braskem.

“Podemos observar que têm várias fissuras”, disse o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés. “As fissuras continuam sendo ampliadas nessa região. Então a cratera se encontra na lagoa, com 40% no continente. Essa parte molhada ampliou hoje. Ontem tínhamos apenas uma pequena parte molhada.”

O coronel ainda afirmou que o afundamento da terra está aumentando. “Era de 1,40 m, está agora em torno de 1,60,m”, disse. Assista ao vídeo:

Nesta semana, a Defesa Civil de Maceió emitiu um alerta sobre o “risco iminente de colapso” em um dos poços da mina 18 de sal-gema da Braskem.

Foi em fevereiro de 2018 que os moradores do bairro do Pinheiro começaram a notar as primeiras rachaduras em suas casas. Uma das rachaduras no bairro chegou a 280 m de extensão.

No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 aumentou ainda mais as rachaduras e crateras no solo, causando danos irreversíveis nas residências. Cinco anos depois, o problema se agravou e se ampliou para outros bairros, e cerca de 60 mil pessoas tiveram de ser evacuadas.

Como o solo começou a afundar

A mineração começou na década de 1970 na capital alagoana, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que passou a se chamar Braskem depois.

A extração de sal-gema, minério usado para fabricar soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público. Hoje, a Braskem tem 35 minas em Maceió.

No começo de 2019, o piso de um apartamento no bairro do Pinheiro afundou de repente e assustou os moradores. Outros buracos surgiram e a Defesa Civil Municipal evacuou o prédio e também interditou a rua por causa dos riscos.

Alguns meses depois, foi a vez dos moradores dos bairros vizinhos Mutange e Bebedouro serem afetados pelas rachaduras. O piso de algumas casas chegou a ceder, e as paredes passaram a apresentar grandes rachaduras.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a extração de sal-gema feita pela Braskem era a responsável pela instabilidade do solo em maio de 2019. As primeiras ordens de evacuação foram emitidas para os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com a agravação do problema, a ordem foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.

Em novembro de 2019, a Braskem anunciou que iria fechar definitivamente os poços de extração de sal-gema de Maceió. O fechamento total das 35 minas, que têm profundidade média de 886 m, levará em média dez anos.

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Fonte: Revista Oeste


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