Julgamento de brasileiro acusado de tentar matar Cristina Kirchner começa em Buenos Aires

O julgamento de Fernando Andrés Sabag Montiel, de 37 anos, brasileiro acusado de tentar matar em 2022 a então vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, começou nesta quarta-feira, 25, em Buenos Aires. 

Fernando Montiel, que vive na Argentina há anos, é acusado de tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Cristina Kirchner. Se condenado, sua pena pode chegar a 20 anos de prisão. Brenda Elizabeth Uliarte, sua namorada, e Nicolás Gabriel Carrizo, ex-chefe do casal, também são réus no caso.

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Em 1º de setembro de 2022, Montiel tentou atirar em Cristina Kirchner enquanto ela era saudada por apoiadores perto de sua residência no bairro Recoleta, em Buenos Aires. O crime não foi consumado uma vez que a arma falhou. O incidente gerou grande repercussão e uma manifestação massiva no dia seguinte.

A procuradora do caso, em entrevista ao jornal La Nacion, afirmou que também vai buscar qualificar o crime como feminicídio. As equipes de defesa, no entanto, alegam que Montiel não poderia ser responsabilizado, pois a arma não estava apta a disparar.

Fernando Montiel planejou assassinato de Cristina Kirchner

Mensagens de texto de Fernando Montiel e dos acusados revelam planos de assassinar Cristina Kirchner. Uliarte chegou a escrever que ela mesma atiraria na política. O casal planejava mudar-se para a Recoleta para ficar mais próximo da vice-presidente.

Em uma mensagem, Uliarte disse que, “para limpar a Argentina, é preciso sangue.” Eles também discutiram possíveis ataques a outros membros do La Cámpora, grupo ligado ao kirchnerismo.

Depois de ser presa, Uliarte afirmou que Montiel a obrigou a participar do plano. Ela disse que ele estava ligado ao Revolución Federal, grupo radical conhecido por atacar líderes kirchneristas.

Antecedentes criminais dos acusados

Fernando Montiel, em outubro passado, enviou uma carta à Justiça argentina em que dizia: “Jamais fui violento com uma mulher, comente com CFK.” Ele nasceu em São Paulo em 1987 e vive na Argentina desde os anos 1990.

Montiel tem antecedentes criminais e, depois do ataque a Cristina Kirchner, foi acusado de possuir e distribuir material de exploração sexual infantil. Em 2023, ele e Uliarte foram condenados a um ano de prisão por possuir um documento de identidade argentino falso.

O casal vendia algodão-doce nas ruas, ganhando o apelido de “gangue do algodão-doce.” A Justiça investiga se o grupo era uma organização criminosa. Carrizo, o chefe, também trocou mensagens sobre o atentado: “Você não tem ideia do grupo que eu formei.”

A mãe de Fernando Montiel é argentina e o pai, o chileno Fernando Ernesto Montiel Araya, tem um histórico criminal e foi expulso do Brasil em 2020. Ele atualmente vive em Valparaíso, no Chile.

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Fonte: Revista Oeste


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