Fogo no Pantanal: Corumbá (MT) lidera em áreas queimadas

O município de Corumbá (MS) concentra 66% dos focos de incêndios ocorridos no Pantanal, em 2024. A cidade é responsável por um terço de todas as queimadas registradas no Brasil, no primeiro semestre do ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Segundo o jornal O Globo, até 30 de junho, Corumbá registrou 2,3 mil focos de incêndio, o que representa 33,5% dos casos nacionais. No Pantanal, foram contabilizados 3,5 mil focos no semestre, o que supera em mais de mil o pior período registrado anteriormente, o primeiro semestre de 2020.

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O governo federal já considera 2024 como o ano com a pior seca em 70 anos na região. “Corumbá é o maior município do Pantanal e possui muitas áreas inundáveis com alta biomassa”, afirmou Geraldo Damasceno, do Núcleo de Estudos do Fogo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. “A chance de megaincêndios é maior.”

Nesta segunda-feira, 1º, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), disse que a Polícia Federal investiga a origem de 18 focos de incêndio em propriedades privadas de Corumbá. A pasta suspeita de serem a principal causa das queimadas de 2024. Segundo informações oficiais, todos os incêndios no Pantanal neste ano têm origem humana.

Corumbá é o município brasileiro com a maior área queimada desde 1985, segundo o MapBiomas Fogo, que inclui áreas incendiadas mais de uma vez.

André Lima, do Ministério do Meio Ambiente, considera que três fatores são responsáveis pelos incêndios. Ele chamou de “tríplice convergência”, que seria a combinação de mudanças climáticas, desmatamento nas cabeceiras do Pantanal e incêndios intencionais.

Pantanal enfrenta seca

O Rio Paraguai, crucial para a bacia hidrográfica da região, está mais de 3 metros abaixo do esperado em pontos como Ladário (MS) e Porto Murtinho (MS), segundo o Serviço Geológico do Brasil.

Além de Corumbá, as cidades de Caracaraí (RR), Mucajaí (RR), Rorainópolis (RR) e Feliz Natal (MT) também figuram entre os municípios mais afetados por queimadas no semestre. Incêndios na Amazônia e no Pantanal contribuíram para as maiores emissões de dióxido de carbono em 20 anos no Brasil, conforme o observatório Copernicus.

Mato Grosso liderou em registros de fogo, com 8,7 mil casos, seguido por Roraima (4,6 mil) e Mato Grosso do Sul (4 mil). O Brasil teve 35,9 mil incêndios nos primeiros seis meses do ano. Na América do Sul, o país ficou atrás apenas da Venezuela, que registrou 38,1 mil incêndios.

Para combater os incêndios no Pantanal, a Força Aérea Brasileira realiza voos com 12 mil litros de água e produtos químicos para extinguir as chamas e prevenir novos focos. Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, mais de 700 agentes estão mobilizados na região. As ações contam com bombeiros militares, brigadistas e a Força Nacional.

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Fonte: Revista Oeste


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