Para Bill Gates, a energia do futuro não passa nem pelas renováveis nem pela fusão nuclear: passa pelo Natrium, uma usina nuclear baseada em sais, que permite operar a temperaturas mais altas do que as centrais nucleares convencionais

Bill Gates tem uma visão clara. A energia do futuro passa pelo Natrium, o projeto de reator nuclear de sódio impulsionado por sua empresa TerraPower.

Nem placas solares nem projetos de fusão nuclear como o Helion. A solução para uma energia limpa, segura e barata é essa tecnologia na qual o magnata vem trabalhando há décadas.

Natrium é um reator que utiliza um núcleo de sal de fluoreto de sódio. Trata-se de uma usina nuclear baseada em sais, que permite operar a temperaturas mais altas do que as centrais nucleares convencionais. Em vez de usar água para controlar a reação nuclear, utiliza-se sódio líquido, um material capaz de absorver até 8 vezes mais calor que a água.

Há países que não têm sol. Outros que não têm vento. Mas todos têm sódio. A crosta terrestre é composta por 2,6% de sódio. Estamos falando do quarto elemento mais abundante do nosso planeta e do metal alcalino mais comum. É importante mencionar que a parte do reator nuclear ainda necessita de um pouco de urânio como combustível. Mas o fato de ser baseado em um material tão básico como o sal é o que torna esse projeto atraente.

O ponto onde o Natrium se destaca não é apenas por ser energia limpa, mas também por permitir armazená-la de maneira simples. O projeto não se baseia apenas na parte do reator, mas também em um sistema de armazenamento de energia baseado em sais fundidos.

Segundo a TerraPower, sua primeira planta terá 345 megawatts e oferecerá uma capacidade de até 500 MW por mais de 5 horas e meia quando necessário, com uma escala de armazenamento em gigawatts-hora. Suficiente para abastecer 400.000 lares. Um dos problemas da energia eólica ou fotovoltaica é que as baterias ainda não são suficientemente eficazes e há grandes perdas. Com o Natrium, temos uma usina capaz de armazenar energia por um período sem perdas significativas.

O primeiro reator Natrium será em Wyoming, Estados Unidos. Neste mês de maio, recebeu a visita do próprio Bill Gates, que aponta que, potencialmente, deve iniciar a produção até 2030. Não é o único projeto, pois a empresa trabalha junto com PacifiCorp e GE-Hitachi para o desenvolvimento de até 5 reatores Natrium antes de 2035. Três deles já estão em andamento, com a intenção de alcançar um total de 1.500 MW antes de 2033.

Além dos Estados Unidos, a TerraPower assinou um acordo com o governo da Coreia do Sul e os grupos SK e Korea Hydro & Nuclear (KHNP) para expandir essa tecnologia. A empresa já arrecadou 758 milhões de dólares em quatro rodadas de financiamento distintas. 250 milhões de dólares provêm do SK Group, a maior empresa de energia da Coreia do Sul.

Segundo a CNBC, o custo de um reator nuclear é de cerca de 25 bilhões de dólares nos Estados Unidos. De acordo com a TerraPower, o custo de um reator Natrium é de cerca de 1 bilhão de dólares. Essa grande diferença se deve ao fato de as usinas operarem a uma pressão inferior, devido ao uso de sódio líquido. Por isso, os materiais necessários para toda a planta são mais econômicos e requerem menor quantidade.

É assim que Bill Gates descreve o projeto. “O Natrium foi projetado para resolver esses problemas e mais”, explica. Quais são esses problemas? Um é o custo e o outro é a segurança. Ainda estamos falando de uma variante da energia nuclear, mas o magnata está convencido de que oferece vantagens suficientes para convencer muitos detratores.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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