Petrobrás estima produção de mais de 20 bilhões de barris de petróleo no “novo Pré-Sal” brasileiro no Pará a partir da exploração de poços a 3 mil metros de profundidade

Os avanços da Petrobrás estão cada vez maiores e agora a companhia nacional está pesquisando sobre a exploração em bacias do estado do Pará. Segundo os estudos já realizados, estima-se que 8 bacias sedimentares no Estado possam trazer uma produção estimada em 20 bilhões de barris de petróleo. No entanto, a extração desse recurso natural se dá em águas profundas, o que demanda alta tecnologia e investimento para exploração.

A costa do estado do Pará está inserida na área conhecida como Margem Equatorial, que compreende 5 bacias sedimentares principais: Pará-Maranhão, Amapá Águas Profundas, na Foz do Rio Amazonas, Ceará, Barreirinhas e Potiguar, todas com potencial para exploração até 3 mil metros de profundidade.

Os dados ainda não são precisos, mas as projeções são promissoras e apontam para produção bilionária de barris de petróleo pela Petrobrás

O gerente executivo de exploração da Petrobrás, Mário Carminatti, aponta que embora os dados não sejam ainda tão precisos, existe uma grande probabilidade das rochas geradoras de petróleo que existem nos países vizinhos, também estejam no território do Pará. Resta usar mais dados geofísicos e realizar pesquisas na região para ter certeza do potencial de extração.

Todavia, outros professores pesquisadores como Allan Kardec Dualibe Barros Filho, Ronaldo Gomes Carmona e o consultor de exploração em petróleo Pedro Victor Zálan apontam para um cenário muito otimista. Eles afirmam que a bacia do Pará-Maranhão é a mais promissora da região, recebendo o nome de “novo pré-sal” por ter uma vasta reserva de petróleo com alto potencial para exploração e recuperação.

É estimada uma produção entre 20 a 30 bilhões de barris, metade do que já foi explorado no Pré-Sal até os dias de hoje. Essa grande descoberta vai contribuir para o maior desenvolvimento econômico da região e beneficiar estados como Amapá, Pará e Maranhão, colocando o norte como uma região de destaque no Brasil.

No entanto, Mário Carminatti não concorda com a comparação ao Pré-sal, dando apontamentos mais céticos e baseados nos dados geofísicos obtidos até o momento. Ainda assim, ele afirma que devemos ficar entusiasmados, porque a exploração dessa região contribui e muito para a sustentabilidade na produção de óleo e gás nacional.

Petrobrás Petróleo Pará

Em 2013, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) chegou a conceder a exploração da região da Bacia da Foz do Amazonas a uma multinacional francesa chamada TotalEnergies, que investiu R$250 milhões por cinco blocos no local. No entanto, devido a diversas dificuldades para licenciamento ambiental, a concessão foi negada e o comando voltou para a Petrobrás.

Nesse novo cenário, a Petrobrás se torna a principal operadora na região das bacias do Pará, em específico, com potencial para águas profundas. Como essa nova fase demanda alta tecnologia, a estatal pretende investir um aporte de mais de R$2 bilhões na área. O objetivo dessa exploração é promover uma harmonia no ecossistema local, de modo sustentável, e contribuir para o desenvolvimento econômico, ofertando empregos e trazendo lucros.

A exploração regional tem alguns riscos e desafios ambientais pela frente, uma vez que não há amplo conhecimento sobre o ecossistema local

A exploração dessa nova região traz preocupação a alguns ambientalistas e até especialistas em exploração de águas profundas. Isso porque o ecossistema da região ainda é estudado e não há amplo conhecimento sobre o que a exploração do petróleo pode acarretar para a região. Um estudo publicado em 2016 pela Science Advances mostrou que existem corais nas regiões profundas da foz do rio Amazonas, por exemplo.

Além disso, a atividade pode gerar passivos ambientais e esbarrar em exigências técnicas da legislação ambiental. O Grande Sistema Recifal do Amazonas, conhecido pela sigla GARS, descoberto em 2016 é um dos maiores temores dos especialistas. Afinal, a ocorrência dessa formação no mundo se dá em uma taxa de 5 a 10% apenas, o que é muito raro e uma verdadeira relíquia natural do Brasil. Como é uma descoberta recente, pouco se sabe a respeito da biodiversidade local e estudos ainda estão sendo realizados com o intuito de saber mais.

Existe também o medo de que a exploração possa afetar as atividades extrativas de pesca na região, afetando cerca de 2 milhões de pessoas que dependem da atividade para sobrevivência. Todavia, Mário Carminatti aponta que a Petrobrás tem um amplo histórico de responsabilidade social e ambiental e sempre esteve comprometida em manter colaborações com universidades e segmentos da sociedade a fim de disseminar os riscos potenciais. Além disso, a empresa tem grande preocupação com o desenvolvimento local e não pretende avançar sem antes analisar todos os cenários e empregar o uso de tecnologia e inovação para garantir a segurança.

Carminatti afirma que a empresa investe pesado em estudos ambientais e no rigor dos procedimentos para garantir a segurança das operações. Sendo assim, já foi dada entrada nem 2 processos de licenciamento ambiental para exploração. O primeiro deles refere-se à concessão FZA-M-59_R11 e está na etapa prévia à Avaliação Pré-Operacional. É esperada a aprovação para o segundo semestre de 2022.

O segundo processo de licenciamento, envolve 5 concessões administradas pela Petrobrás na região: FZA-M-57_R11, FZA-M-86_R11, FZA-M-88_R11, FZA-M-125_R11 e FZA-M-127_R11. Estas já se encontram em etapa de análise técnica de Estudo do Impacto Ambiental e desenvolvimento do relatório a ser entregue para o Ibama.

Um terceiro processo de licenciamento ainda está sendo avaliado e compreende a concessão da Bacia do Pará-Maranhão. No entanto, sua solicitação ainda está sendo reavaliada para assegurar maior aderência ao planejamento estratégico da Petrobrás e trazer aspectos importantes de segurança nas operações.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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