Lula chama de cretino quem disse que dólar subiu por suas falas

Lula Foto: Ricardo Stuckert / PR

Nesta quinta-feira (27), Lula (PT) chamou de “cretinos” aqueles atribuíram a alta do dólar a declarações dadas por ele em entrevistas. O petista se manifestou durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, no Palácio do Planalto.

– Quando eu terminei a entrevista, a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. E os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar a entrevista. Quinze minutos antes – falou.

Após a trégua da última segunda-feira (24), em que recuou para R$ 5,39, o dólar voltou a ser pressionado e chegou a bater R$ 5,52 – o maior número desde 17 de novembro de 2022. Às 11h50, a cotação estava em R$ 5,50, com alta de 0,90%. O Ibovespa, principal indicador da B3, caia 0,50%, para 121.715 pontos.

Além da tendência externa de valorização, a moeda americana reflete também os efeitos das declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre gasto público e autonomia do Banco Central.

Em entrevista ao portal UOL, o presidente afirmou que o governo está fazendo uma análise sobre os gastos públicos para verificar se há exageros e desperdício em alguma área.

Segundo Lula, no entanto, essa avaliação ocorre sem considerar os humores do mercado. O presidente emendou ainda que há muitos outros países que gastam muito mais que o Brasil.

O chefe do Executivo afirmou ainda que não é possível desvincular o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas idosas e de baixa renda com deficiência, e as pensões da política de valorização do salário mínimo.

– Não é [possível], porque não considero isso gasto, gente. A palavra salário mínimo é o mínimo que a pessoa precisa para sobreviver – disse.

Para analistas, as falas do presidente colocam por terra uma das medidas que vem sendo discutidas para equilibrar as contas públicas. Segundo especialistas, essas declarações acabam criando desconfiança em relação à condução das políticas econômicas do país, tanto a política fiscal quanto a política monetária.

Até as 10h15, a moeda brasileira exibia o segundo pior desempenho entre as moedas emergentes, atrás do peso colombiano.

O analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos, afirmou que o mercado está reagindo à aversão ao risco em relação aos ativos brasileiros. A aversão ao risco geralmente ocorre quando investidores estão preocupados com a estabilidade econômica e política do país, bem como com possíveis mudanças nas políticas econômicas que podem afetar os investimentos.

– Há pessimismo e desconfiança em relação à condução das políticas fiscal e monetária, mas com maior peso para o fiscal – analisa Mattos.

*Com informações AE

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Fonte: Pleno.News


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