Técnicas de macramê e quilling atraem público na Casa do Artesão de Santos

A tarde deste sábado (28) foi um misto de sociabilização, aprendizado, terapia e até mesmo caminho de cura para cerca de 30 pessoas que participaram das oficinas de macramê e quilling, promovidos pela Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur) na Casa do Artesão, que funciona na Casa do Trem Bélico, no Centro Histórico de Santos.

“Comprei até um livro, mas soube da oficina de macramê e resolvi aprender de verdade”, disse Ricardo Werson, artista multimídia que gosta de novidades para ampliar conhecimentos. Dedicado à arte concreta, embasada na matemática e na geometria, e com trabalhos já expostos em São Paulo, ele agora se volta às tramas, em busca de aliar sua criatividade à técnica com as linhas. Andrea Miceli participou da atividade com uma ideia fixa. “Minha meta é conseguir fazer um painel de parede”, afirmou, comentando já ter feito um curso online. “Quero aprender a técnica e isso a gente não tem na internet”, prosseguiu, confidenciando ficar “babando” ao ver os trabalhos em macramê em feiras de artesanato e lojas de decoração.

Dora Alice Ferreira, da Oficina Nó e Movimento, responsável pela atividade, frisou que, com as técnicas básicas apresentadas, os participantes serão capazes de fazer qualquer peça. Entre as técnicas, estavam os três nós principais do macramê: quadrado, para produzir cintos, colares e tiras; DNA, faz a selagem na troca de pontos, e escondido, que finaliza o trabalho artesanal.

O macramê não entrou por acaso na vida de Dora Alice, que nunca pensou em ser artesã. “Entrou como uma forma de cura”, afirmou, entusiasta da técnica, com a qual se viu livre dos medicamentos para tratar uma fibromialgia, doença reumatológica que afeta a musculatura e a acompanha há 15 anos.

QUILLING

Criatividade e uma tirinha de papel. Bastam esses dois componentes para fazer belos trabalhos e imagens em 3D com a técnica quilling, a arte de enrolar papel, na livre tradução de Denise Rodrigues, do Projeto Praia, Prosa & Arte, responsável por ministrar a oficina. A arte surgiu no século 16 na Europa, com freiras e monges decorando bíblias e oratórios com filigranas de papel. “Com o quilling, é possível confeccionar brincos, colares, quadros, pêndulos e tudo o que a imaginação quiser”, afirmou ela, com mais de 100 cursos em seu currículo.

Apreciadora de artesanato, ela resolveu aprender a técnica 24 anos atrás, quando chegou a suas mãos uma revista da Loja Kalunga, com a capa toda em quilling. A oficina deste sábado marcou o reinício dos cursos de Denise, que há quatro anos mudou-se com a mãe de Santo André para Santos. Depois de uma longa doença, a mãe faleceu no ano passado e a artesã suspendeu temporariamente suas oficinas. Emocionada ao retomar as atividades do projeto, e com a fotografia da mãe em um porta-retrato decorado com quilling no centro de uma mesa com várias peças, mostrando a versatilidade da técnica com papel, ela diz que a arte é também uma terapia. “Ela tira as pessoas de casa, obriga-as a sair da solidão, e facilita novas amizades”, frisou.

Denise agora aguarda a aprovação de seu projeto, inscrito na Lei Paulo Gustavo, do governo federal, de incentivo ao setor cultural, para levar o Praia, Prosa & Arte para a praia. “Estou na maior expectativa”.

Maria Rodrigues Teixeira, cadeirante, faltou em um evento em Praia Grande para participar da oficina, que despertou seu interesse pela amizade que tem com a professora. “Não gosto de trabalhos manuais e nunca fiz quilling, mas achei a técnica interessante.”

Já Ana Maria achou que o quilling poderia ser um bom exercício para ajudar o marido a melhorar a mobilidade das mãos. É que Paulo César dos Santos sofreu um acidente vascular cerebral em novembro do ano passado, que comprometeu os movimentos. “Eu já fazia artesanato e, quando ela me falou da oficina, achei interessante e fiquei com vontade de aprender”, afirmou. Ele confecciona luminárias com canos de PVC e expõe sua arte na feirinha de artesanato montada aos domingos na praça Caio Ribeiro de Moraes e Silva, a praça do Sesc.

 

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.

 

Fotos: Marcelo Martins

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Fonte: Prefeitura de Santos


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