Tarcísio critica grevistas e reafirma intenção de desestatizar o Metrô de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou a greve de funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), realizada nesta terça-feira, 3.

“É uma situação de desrespeito”, salientou o governador, durante entrevista ao programa Oeste Sem Filtro. “É um desrespeito com os trabalhadores e com o Judiciário. Essa greve tem cunho político. Não há o que debater. Não há o que ceder. Não há o que negociar.”

Ao ser interpelado sobre os planos do governo paulista para o transporte sobre trilhos, Tarcísio reafirmou sua intenção de desestatizar os serviços do Metrô e da CPTM. “A ideia é transferir as linhas ferroviárias para a iniciativa privada e, ao mesmo tempo, puxar mais investimentos”, disse. “Não vamos desviar um milímetro da meta. Estamos determinados a fazer isso.”

O governador salientou que o Estado saberá lidar com possíveis novas greves de sindicalistas. A afirmação ocorre na esteira das ameaças de grupos de esquerda, que anunciaram a intenção de promover novas paralisações na quarta-feira 4. No entanto, os mesmos grupos se reuniram no início desta noite e decidiram finalizar o piquete.

“Vamos libertar a população dos jugos desses sindicatos irresponsáveis”, afirmou Tarcísio, ao argumentar que os grevistas prejudicam o direito de ir e vir dos cidadãos. “Esses grupos querem impor seus interesses sobre os demais.”

Greve do Metrô e da CPTM deixa cidade em estado caótico

Apesar de terem salário em dia, estabilidade no emprego e condições de trabalho adequadas, os funcionários do Metrô e da CPTM decidiram levar adiante a greve agendada para esta terça-feira.

Os grevistas interromperam o funcionamento das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, do Metrô; além da 10-Turquesa, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM. Utilizam essas linhas principalmente os mais pobres, que têm de se deslocar a partir dos extremos da cidade para chegar ao local de trabalho.

Apenas as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda — administradas pela iniciativa privada — seguem em funcionamento.

O que dizem os grevistas?

Nesta manhã, dois sindicalistas afirmaram que o objetivo da greve é barrar o avanço da proposta de privatização do Metrô, liderada pelo governo paulista. Eles informaram que, às 4h50 desta terça-feira, impediram funcionários contrários à greve de trabalhar.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, os grevistas chamaram Tarcísio de “herdeiro do bolsonarismo”. Depois, Tarcísio concedeu uma entrevista coletiva para criticar a paralisação. “É uma grave claramente política”, afirmou, no Palácio dos Bandeirantes. “Uma greve ilegal e abusiva.”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também criticou a greve. Ele se referiu à paralisação como uma ação “ideológica”.

“Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma greve ideológica, apoiada por partidos como o Psol”, disse o prefeito, nas redes sociais. “Uma greve que não está sequer respeitando decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar aqueles que realmente trabalham.”

Representantes do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) usaram as redes sociais para manifestar apoio aos grevistas. Os deputados federais Guilherme Boulos, Sâmia Bomfim, Érika Hilton e Ivan Valente, por exemplo, publicaram mensagens simpáticas às paralisações.

“São Paulo está em greve!”, vibrou Sâmia, enquanto se multiplicavam as cenas de trabalhadores parados, diante das estações, à espera dos veículos de transporte que os levariam para o trabalho.

Ao mesmo tempo, o cozinheiro Édson Marui, de 53 anos, desempregado há meses, reservou um dia inteiro para ir até o centro de São Paulo à procura de uma nova oportunidade de trabalho. Por volta das 7 horas desta terça-feira, Édson chegou à Estação Mauá, da linha 10 da CPTM, e encontrou as portas fechadas. “Não sabia que ia ter greve”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

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Fonte: Revista Oeste


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