Sem denúncia, ex-chefe da PRF completa 8 meses preso por ordem de Moraes

Mesmo sem apresentação de denúncia, o ex-chefe da Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo 28.

Vasques foi preso em agosto do ano passado. No pedido de prisão, a Polícia Federal (PF) alegou que a detenção é importante para a “produção de elementos probatórios possa ocorrer de forma clara, precisa e eficaz, sem qualquer interferência do mesmo em sua produção, sendo mais que conveniente, de suma importância para a instrução criminal”.

Em resposta a PF, Moraes argumentou que concordava com a prisão e classificou as condutas atribuídas ao ex-chefe da PRF como “gravíssimas”.

A principal linha de investigação é que Vasques tenha utilizado a estrutura da PRF para realizar blitzes durante o segundo turno das eleições, principalmente em estados do Nordeste, onde Lula obteve mais votos do que Bolsonaro.

A defesa de Vasques apresentou recentemente uma petição solicitando a libertação do ex-diretor da Papuda, argumentando que a detenção por tempo indeterminado é ilegal. Os advogados também contestaram a justificativa de que a permanência do ex-diretor da PRF na prisão é “necessária para evitar qualquer influência” sobre as testemunhas.

A investigação da PF sobre Silvinei Vasques está em fase final. A corporação negociou ao menos duas delações premiadas no inquérito —entre elas há colaboração de policiais federais que trabalhavam com o ex-ministro Anderson Torres, segundo fontes com conhecimento do assunto.

Um dos elementos em análise pela PF é um mapeamento com o nome das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.

Para os investigadores, há relação entre a planilha encontrada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito.

Como é a vida do ex-chefe da PRF na prisão?

Silvinei Vasques passou por um período de depressão na Papuda depois de ser preso. Ele perdeu mais de dez quilos e, com doença celíaca, passou a ter problemas de saúde que o fizeram trocar de setor no presídio, para ficar mais próximo de consultórios médico e de psicologia.

No mês passado, ele e outras sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro sob acusação de fraude na compra de veículos blindados para a PRF.

Vasques usou do tempo de isolamento para se preparar para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Formado em direito, ele pediu à Justiça para receber livros para se preparar para a avaliação.

A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, autorizou o envio do material, com ressalvas.

“Canetas hidrográficas, marcadores adesivos de página e marcadores de texto não são materiais comumente usados pelas pessoas presas, pois […] objetos pontiagudos e adesivos podem vir a ser usados para circulação de recados [e causar] subversão da ordem, da segurança e da disciplina”, escreveu Leila, permitindo somente a entrada de livros.

O ex-diretor da PRF acabou reprovado na segunda fase da prova da OAB, em fevereiro. Sua defesa fez um novo pedido à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal em 22 de abril para que o preso faça a prova novamente, em 19 de maio.

O processo está na fase de manifestação do MPF. Se o pedido for atendido, Vasques deve ser deslocado para uma universidade em Brasília para realizar a prova em sala individual, com seguranças e fiscal de prova.

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Fonte: Revista Oeste


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