O ‘apelido’ usado pelo novo juiz da Lava Jato

O novo juiz da operação Lava Jato, Eduardo Appio, adotou uma espécie de “apelido” no sistema processual da Justiça, o e-proc, em alusão à campanha do presidente Lula. Conforme revelou o jornal O Globo neste sábado, 25, Appio assinava como “LUL22”. A identificação, no entanto, foi alterada depois que o magistrado assumiu o comando da operação.

Appio usava o “apelido” desde 2021, quando integrava a 2ª Turma Recursal da Justiça Federal do Paraná. Desde o início de fevereiro, ele foi transferido para a 13ª Vara Federal de Curitiba. Appio ficou em evidência nas últimas semanas depois de criticar a atuação do senador Sergio Moro (União-PR), ex-juíz da Lava Jato, e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da operação.

Enquanto juiz do TRF, Appio participou de debates e programas em que criticava a Lava Jato e dizia ser um grande fã do advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula na operação. Procurado, o juiz disse que não iria comentar o motivo pelo qual adotou “LUL22” como assinatura. Segundo ele, trata-se de uma questão de “segurança cibernética” e o código não tem nenhum vínculo ideológico ou partidário com Lula.

O CPF do novo juiz da Lava Jato ainda consta entre um dos doadores da campanha do petista no Tribunal Superior Eleitoral. Conforme a corte, Appio doou R$ 13 a Lula e R$ 140 à deputada estadual Ana Júlia Pires Ribeiro (PT-PR). Ele nega ter feito qualquer contribuição.

‘Não vou ser coveiro da Lava jato’

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Appio deu declarações que, no mínimo, contrastam com o discurso que ele adotou antes de assumir a operação. Na reportagem publicada neste sábado, o juiz afirmou que tentará manter vivo o legado da maior investigação contra a corrupção do país.

“A Lava Jato na minha mão não vai morrer, não vou ser o coveiro oficial da Lava Jato, de forma alguma”, disse. “Não aceito esse papel histórico”. Ainda na entrevista, Appio voltou a atacar Moro, chamando-o de “populista judicial”.

“Houve, de forma intencional ou não, uma politização da operação”, disse. “Quem fala aqui é uma pessoa que, no início da operação, colocou um adesivo no carro: ‘Eu apoio a Lava Jato’”. 

 

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Fonte: Revista Oeste


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