Em recuperação de uma cirurgia depois de fraturar o tornozelo, o ex-servidor Marcio Rodrigues, de 44 anos, foi surpreendido por agentes da Polícia Federal (PF) em sua porta, na manhã de 25 de abril, que chegaram para cumprir uma ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Conforme o mandado expedido pelo juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigues descumpriu uma medida cautelar ao publicar um vídeo no Twitter/X.
Na legenda do post no qual marcou o dono do X, Elon Musk, o homem se identificou como um preso político e pediu ajuda contra a “condenação de pessoas inocentes”.
Em uma petição enviada ao STF, a advogada de Rodrigues, Jeanne Franco, argumentou que seu cliente “vem atravessando crises de ansiedade, depressão e síndrome do pânico”. Jeanne lembrou ainda que o conteúdo teve apenas uma curtida e 17 visualizações.
Segundo Jeanne, o quadro clínico delicado, além das dificuldades financeiras em virtude da demissão, motivou o homem a fazer o post. “O quadro de saúde do acusado oscila, motivo que o levou a cometer o erro de descumprimento da medida cautelar referente ao uso de redes sociais”, observou a defesa. “Cumpre salientar que Rodrigues está ciente do erro cometido e que se arrepende.”
A advogada manifestou preocupação com o estado de saúde de Rodrigues. Isso porque a penitenciária onde o ex-servidor se encontra não tem estrutura para tratar da operação médica à qual ele foi submetido. Rodrigues está na Casa de Detenção José Mário Alves da Silva, em Porto Velho (RO). Conhecida como “Urso Branco”, a unidade é uma das mais violentas do Estado. “Está em risco de perder o pé por falta de atendimento médico e fisioterapia no presídio”, afirmou Jeanne.
Quem é o homem preso por Alexandre de Moraes?
Demitido da Prefeitura de Porto Velho em virtude de sua participação no 8 de janeiro, Rodrigues tem tido dificuldades para sustentar os dois filhos, um de 14 anos e outro de 18. Os problemas financeiros levaram o homem a voltar a morar com os pais.
Atualmente, os filhos ficam com os avós e com a mãe, de quem Rodrigues é separado.
A polícia prendeu o homem em 9 de janeiro, no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército de Brasília. Portanto, não chegou a ir à Praça dos Três Poderes. Ele conseguiu liberdade condicional em 11 de maio de 2023 e, desde esse dia, vinha respeitando as medidas judiciais, relatou a advogada.
Fonte: Revista Oeste