Lula deve visitar a Bolívia depois de tentativa de golpe militar no país

A tentativa de golpe militar na Bolívia, pode impactar a agenda internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de participar da cúpula do Mercosul em 8 de julho no Paraguai, o chefe do Executivo brasileiro planeja viajar à Bolívia para se encontrar com o presidente Luis Arce.

Lula e Arce já se reuniram em março deste ano em Kingstown, São Vicente e Granadinas, durante a VIII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). O novo encontro deve ocorrer depois da tentativa de golpe militar na Bolívia, nesta quarta-feira, 26.

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil já havia emitido uma nota em que condenou a tentativa de golpe militar na Bolívia. Reiterou apoio de Lula ao atual presidente da nação, Luis Arce.

Além das afinidades políticas, os presidentes compartilham uma agenda bilateral significativa. Entre os projetos, destaca-se a construção da ponte ligando Guajará-Mirim (RO), no Brasil, a Guayaramerín, na Bolívia, prevista para 2027, e a hidrovia Ichilo-Mamoré, facilitando exportações bolivianas pela Amazônia brasileira.

Há negociações em andamento, a pedido da Bolívia, para que a Petrobras invista na prospecção de gás no território boliviano. O governo boliviano também almeja uma parceria com o Brasil para explorar suas reservas de lítio, que somam aproximadamente 23 milhões de toneladas.

Tentativa de golpe militar na Bolívia

O presidente Arce convocou os bolivianos a se mobilizarem depois de denunciar a tentativa de golpe militar com tropas e blindados posicionados em frente ao palácio presidencial. Por volta das 16h30 (horário de Brasília), a imprensa local relatou a presença de blindados e militares nas proximidades do governo.

O general Juan José Zúñiga, líder do motim, chegou ao local em um blindado e armado. Disse que “a mobilização de todas as unidades militares” busca expressar seu descontentamento “com a situação do país”. E declarou que “não pode haver essa deslealdade.”

Vídeos nas redes sociais mostraram um blindado avançando contra o palácio e tentando derrubar uma porta metálica. Após entrar brevemente no edifício, Zúñiga foi confrontado por Arce, que afirmou que não iria “permitir essa insubordinação”.

Militares do Exército da Bolívia deixaram a Praça Murillo, no fim da tarde desta quarta-feira, 26, depois de uma tentativa de golpe de Estado pic.twitter.com/Prts7OPYh4

Os militares lançaram gás lacrimogêneo e dispararam contra cidadãos que gritavam: “Eu luto, vocês não estão sozinhos”. Países latino-americanos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) defenderam a liderança boliviana e exigiram respeito aos valores democráticos.

O Brasil condenou “nos mais firmes termos” a tentativa de golpe, enquanto o governo de Joe Biden pediu “calma” em La Paz.

Nomeação de novo comandante do exército

Arce nomeou José Sánchez Velázquez como novo comandante do exército, depois de rumores sobre a destituição de Zúñiga, que ocupava o cargo desde novembro de 2022. Zúñiga havia declarado que Evo Morales “não pode mais ser presidente deste país”.

Sánchez, ao assumir, ordenou que os militares retornassem às suas unidades. Segundo a agência de notícias AFP, os soldados começaram a deixar as imediações da sede do governo.

Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Revista Oeste


Você pode gostar também de