‘Fundão é destinado aos candidatos mais ricos e que já têm mandatos’, diz presidente do Novo

Reprodução / Facebook Eduardo RibeiroNovo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal afirmando que a derrubada do veto presidencial por parte do Congresso Nacional é inconstitucional

O presidente doNovo, Eduardo Ribeiro, considera que o aumento doFundo Eleitoralpara R$ 5,7 bilhões pode tornar as eleições menos democráticas. A avaliação é que, diferente do prometido, a destinação dos recursos não promove um maior acesso de minorias a cargos, mas privilegia aqueles que já possuem mandatos. “O Fundo Eleitoral é destinado aos candidatos mais conhecidos, mais ricos e que já têm mandato. Ou seja, não necessariamente recursos públicos vão permitir que candidatos com menor poder aquisitivo tenham mais chances, porque a maior parte [dos valores] acaba ficando na mão de poucos, que se perpetuam no poder”, explica Ribeiro, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Ele considera que a decisão dos deputados e senadores de derrubar o veto presidencial e permitir o aumento de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões do Fundão é “imoral”, considerando a atual situação do país. “Não faz o menor sentido aumentar o Fundo Eleitoral em um momento que o Brasil tem 13 milhões de desempregados, 20 milhões de pessoas passando fome. É falta de senso de prioridade por parte do Congresso. Não é atoa que a aprovação da sociedade perante oCongressoé muito baixa, apenas 10% aprovam”, completou. 

Com postura contrária ao aumento do Fundão, o Novo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada afirmando que a derrubada do veto presidencial por parte do Congresso Nacional é inconstitucional. A expectativa da legenda é que uma medida cautelar seja dada para impedir o aumento. “Esperamos que o veto seja mantido e que o aumento seja revogado. Entendemos que há uma série de inconsistências nesse processo. O primeiro é no ponto de vista do cálculo do Fundo Eleitoral, que não é um valor discricionário. Existe uma fórmula, um cálculo e não foi respeitado. Por se tratar de uma iniciativa privada do Executivo, e fosse mudado o cálculo tinha que ser pelo Executivo. Existe uma lei sobre isso e ela não foi respeitada”, pontua Eduardo Ribeiro, que defendeu as doações de pessoa física como uma “saída”. “Os partidos precisam gerar valor para a sociedade. É preciso conseguir ter representatividade e em troca receber doações. Quanto maior o volume de recursos públicos que nós colocamos nas eleições, elas ficam mais caras e não conseguimos criar culturas de doações. Quanto mais cara, menos democrática a eleição é.”

Ainda sobre as eleições, o presidente do Novo disse que a decisão sobre uma possível retirada da candidatura à presidência da República para apoio a outro partido será feita apenas “lá na frente”. Na visão de Ribeiro, o momento atual é favorável para que todos os partidos apresentem seus candidatos. “Brigamos tanto para ter uma democracia pluripartidária, então vamos usufruir desses direitos e apresentar os nossos candidatos. Quem vai fazer essa escolha é o eleitor lá na frente, o eleitor que vai decidir qual o discurso, qual o candidato ele confia mais para esse momento que o Brasil vive. A nossa responsabilidade enquanto partido é oferecer as pré-candidaturas e nós temos tempo, essa decisão não precisa ser agora. Mas com certeza,nós do Novo, para evitar que oLulavolte eBolsonarocontinue estaremos às mesas nas vésperas das convenções nacionais para definir quem será a terceira via”, finalizou.


Fonte: Jovem Pan


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