Flávio Bolsonaro admite mudanças em PEC das Praias

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2022, conhecida como PEC das Praias, disse que deixará claro no texto que a proposta não pretende privatizar as praias.

Além disso, o parlamentar explicou que realizará outras mudanças na PEC, que terá de retornar à Câmara. O relatório substitutivo será apresentado na próxima semana, conforme o senador. Conforme apurou Oeste, caso o texto retorne à Câmara, tem chances de ser aprovado.

“Há alguns pontos que vou ter que mudar, não tem jeito”, disse Flávio a Oeste. E vai acabar voltando para a Câmara. Mas é importante para esclarecer. Já está obvio, mas vou ser redundante. Repetir de novo.”

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Aprovado em 2021 pela Câmara, projeto é alvo de discussões, pois supostamente daria autorização para privatizar as praias. O texto permite a venda dos chamados terrenos da marinha, que são de domínio da União, para empresas, Estados, municípios e pessoas físicas em algumas condições.

As áreas estão situadas 33 metros do ponto mais alto atingido pela maré, usados tradicionalmente para fins comerciais de hotéis e bares. A PEC das Praias está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Conforme o texto, a areia e o mar continuaria sob o domínio da União e de acesso ao público. Contudo, especialistas e entidades ambientais enxergam na PEC a privatização do acesso à praia. Defensores da proposta, porém, alegam que o texto vai ajudar a economia do país.

De acordo com o relator, a PEC das Praias transfere 8,3 mil casas para moradores do Complexo da Maré e quilombolas da ilha Restinga de Marambaia. Além disso, segundo Flávio, o texto aumentaria a arrecadação de impostos e geraria empregos.

Outras modificações que serão feitas por Flávio estão relacionadas a postos privados que funcionam mediante a autorização. Além disso, ele estuda incluir ainda um dispositivo no texto para evitar que a transferência dessas áreas da marinha não seja obrigatória.

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“Para saber se quem hoje possui esse tipo de imóvel quer comprar definitivamente [a área], ou se quer continuar pagando aluguel para a União”, explicou. Apesar da polêmica em torno da PEC das Praias, o senador destacou que acredita que o texto irá ser aprovado.

“Acho que vai passar porque é uma PEC muito boa, inclusive, pode aumentar os recursos que a União pode usar para preservação do meio ambiente, para investir em infraestrutura”, explicou. “É uma baita de oportunidade, inclusive de geração de muito emprego e renda.”

Entenda a PEC das Praias e a polêmica

Até o momento, a lei permite que empresas e pessoas físicas utilizem os terrenos da marinha em troca do pagamento de taxas de ocupação e do Imposto Predial Territorial Urbano.

Mas, se o texto for aprovado, as áreas ficariam ocupadas por pessoas físicas ou jurídicas, mediante pagamento, ou de Estados e municípios, de forma gratuita.

Na semana passada, a matéria foi debatida durante uma audiência pública no Senado e provocou uma série de reações. A atriz Luana Piovani e o jogador de futebol Neymar Jr., por exemplo, protagonizaram uma discussão nas redes sociais. Luana criticou o fato de o atleta ter anunciado uma parceria com uma construtora para construir um condomínio à beira-mar.

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Fonte: Revista Oeste


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