‘Estão distorcendo a resposta do governo brasileiro’, diz embaixador da Argentina

Após o governo do Brasil recusar a ajuda da Argentina para lidar com a tragédia no Sul da Bahia, o presidente Jair Bolsonaro passou a ser criticado. No entanto, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, rebateu qualquer polêmica e disse que a resposta do Brasil foi “distorcida” e “mal interpretada”.

O negativa do governo brasileiro ocorreu na noite desta quarta-feira (29), o que levou a imprensa a repercutir o caso. Nesta quinta-feira (30), no entanto, Bolsonaro se manifestou nas redes sociais e afirmou que “o fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de 3 helicópteros da Marinha”.

Desta forma, o governo brasileiro avaliou que, neste caso, a oferta não seria necessária neste momento, mas ressaltou que a ajuda “poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições”.

Diante da situação, o embaixador da Argentina também esclareceu a situação.

– Sinto, como um homem com experiência política, que estão distorcendo e interpretando mal a resposta dada pelo governo brasileiro à nossa ajuda. Quando eles simplesmente a agradeceram e disseram que a teriam em conta – afirmou.

Scioli explicou a oferta feita pelo seu país e afirmou que é algo “habitual”.

– A Argentina, como faz habitualmente, através da organização humanitária cascos blancos (capacetes brancos), ofereceu ajuda e se colocou à disposição diante das circunstâncias que temos no Estado da Bahia. Isso é algo habitual – apontou.

Ao veículo, ele afirmou que a recusa do governo brasileiro não vai influenciar a relação com a Argentina.

– O governo federal nos comunicou a recusa, em termos muito respeitosos, de acordo com o que é hoje a relação entre Brasil e Argentina, baseada hoje na cooperação e na existência de uma agenda positiva. O governo simplesmente agradeceu a oferta e disse que eles estavam fazendo esforços e investimentos mas que, caso fosse necessário, aceitariam a oferta. Em nenhum momento isso vai em detrimento nem da relação com a Argentina, nem do espírito de solidariedade para com o estado da Bahia – destacou.

O embaixador ainda deu sua visão do motivo de ter repercutido tanto a recusa do governo brasileiro em aceitar a ajuda argentina.

– Como um homem político, eu sei que se trata de um momento sensível, com muita disputa política e, no ano que vem, haverá eleições presidenciais. Mas os termos através dos quais se está discutindo isso não coincidem com o que tem sido nosso espírito, o do governo do estado da Bahia e do próprio governo Bolsonaro – ressaltou.


Fonte: Pleno.News


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