Deputado critica decisão sobre rol taxativo e prevê sobrecarga do SUS: ‘Vai ser obrigado a cobrir’

Cleia Viana/Câmara dos DeputadosHomem de terno e gravata falando em microfoneDeputado considera que a decisão é um exemplo de situação em que o poder Judiciário “extrapolou seus limites”

Um projeto em tramitação naCâmara dos Deputados pode reverter a decisão da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), quelivrou os planos de saúde de cobrirem tratamentos e procedimentos médicos não incluídos norol taxativo daAgência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De autoria do deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), o texto pretende tornar a listagem exemplificativa, obrigando as operadoras de saúde a custear tratamentos que não estejam incluídos. A avaliação é que a mudança no entendimento do STJ prejudica os pacientes e deixa as famílias ao “total desamparo”. “Isso é uma preocupação muito grande, porque é da noite para o dia. […] E claro, vai sobrecarregar o SUS [ Sistema Único de Saúde], porque as famílias que encontravam tratamento no plano de saúde e não encontram mais, se o plano de saúde parar de cobrir, o número de ações judiciais vai ser gigante e sobrecarregar o SUS, que via de regra, na canetada, vai ser obrigado a cobrir esses tratamentos”, avaliou Derrite, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.

O deputado considera que a decisão é um exemplo de situação em que o poder Judiciário “extrapolou seus limites” e defende uma resposta do Legislativo e do Executivo. “As famílias não podem ficar desamparadas. E o que preocupa bastante é que o poder Judiciário acaba interferindo na sua competência, o Legislativo tem que reagir. É o nosso grande objetivo aqui: fazer com que o rol seja exemplificativo e não taxativo. […] Creio até que o governo federal possa discutir isso, caso não avance na Câmara, e entrar em campo para que as famílias não fiquem desamparadas”, pontuou, reconhecendo que há uma pressão das operadoras de saúde para que a decisão seja mantida. “Eles falam que o número de tratamentos que apareceram foi muito grande, que osplanos de saúde não estão preparados. […] Via de regra, o tratamento de pessoas com doenças raras é multidisciplinar e os planos visam lucro, essa é a grande verdade. Se fosse pagar o tratamento [particular] ficaria mais de R$ 30 mil e os planos, na tentativa de diminuir custos, acabam jogando as famílias ao total desamparo.”

Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Jovem Pan


Você pode gostar também de