Bares e restaurantes vão pedir a Lula a volta do horário de verão; Saiba o motivo

A decisão técnica do Ministério de Minas e Energia (MME) de não retomar o horário de verão, extinto em 2019 durante o governo Jair Bolsonaro, desagradou ao setor de bares e restaurantes. Em nota, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que representa o segmento, afirma que o adiantamento do relógio em uma hora traz impactos positivos para a economia.

Segundo a entidade, o horário de verão estimula o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de contribuir para a economia de energia e redução de custos operacionais nas empresas.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, discorda da análise do ministério de Minas e Energia e espera que o governo reabra a discussão sobre volta do horário de verão. A Abrasel pretende encaminhar um ofício ao presidente Lula, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao Ministério do Turismo, com um apelo para volta do horário de verão.

Segundo Solmucci, historicamente o faturamento do setor de bares e restaurantes cresce, em média, de 10% a 15% entre 18h as 21h, durante o período de adiantamento do relógio. A medida cria ainda uma espécie de ‘terceiro turno” para o segmento, já que o brasileiro, diferente do americano e do europeu, não têm o happy hour como hábito:

— É um horário desse movimento pós trabalho que a gente está praticamente vazio, pagando aluguel, salário e energia. Acho que falta uma visão mais global sobre o impacto do horário de verão, principalmente para o setor de comércio, serviços e turismo, que ficou arrasado com as consequências da pandemia.

Aldo Arthur, presidente da Fenactur (Federação Nacional de Turismo), ressalta que o horário de verão também traz benefícios para o turismo, e que diferentes entidades do setor são favoráveis ao retorno da medida. Segundo ele, há vantagem não só pela economia de energia, como pelo incentivo às atividades turísticas:

— É algo substancial a extensão do horário de verão, principalmente para o turismo do litoral. Numa cidade como o Rio de Janeiro, escurecer às 19h significa ter mais gente na praia, mais gente tomando água de coco, passeios estendidos ao Cristo Redentor… Tem um impacto em toda a cadeia desse elo, desde o vendedor de picolé na praia até o guia turístico.

Ainda em nota, a Abrasel lembra que o debate sobre a possível volta do horário de verão foi estimulado pelo presidente Lula, em uma enquete nas redes sociais no começo deste ano. Na época, o resultado foi favorável ao retorno da medida.

“Mas o clamor popular não encontra apoio na área técnica do Ministério das Minas e Energia, que argumenta que não há risco iminente de crise hídrica e energética, um dos argumentos que motivou a implementação da medida em parte do país, em 1985”, diz a entidade.

A associação ressalta, contudo, que a ausência de risco de desabastecimento não é o único fator a ser levado em consideração. “A mudança no horário também traria impactos positivos na economia por movimentar e estimular o consumo em lojas, bares e restaurantes, por exemplo”, afirma a Abrasel.

Por fim, a nota da associação destaca ainda que o horário de verão foi adotado com sucesso em outras partes do mundo, como na União Europeia e nos Estados Unidos. E a medida poderia trazer à população brasileira uma sinalização da necessidade de economizar energia e repensar hábitos.

“O pessoal técnico tem uma visão muito focada, que não considera os benefícios que a mudança traz para a sociedade como um todo. Por isso temos a certeza de que a questão será mais bem avaliada pelo governo, levando em conta os aspectos positivos, ambientais, sociais e econômicos, que a mudança traz aos estados em que é adotado o horário de verão”, finaliza a nota assinada por Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

Fonte: O Globo.

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Fonte: TBN


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