Indígena protesta contra Ferrogrão em evento do governo com urucum; veja vídeo

Indígenas do baixo Rio Tapajós, no oeste do Pará, realizaram um protesto contra a Ferrogrão, ferrovia apoiada pelo governo Lula. O projeto faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). O ato ocorreu nesta terça-feira, 7, durante um seminário técnico promovido pelo Ministério dos Transportes em Santarém.

Um indígena kumaruara aplicou tinta de urucum no rosto de participantes não indígenas presentes ao evento. Várias autoridades que estavam na primeira fileira ficaram com as roupas e os rostos sujos.

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Em protesto com urucum e gritos de ordem, indígenas denunciam mais uma vez o projeto de construção da Ferrogrão no Tapajós e falta de consulta às comunidades afetadas. O protesto ocorreu em Santarém (PA), durante Seminário Técnico sobre Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da… pic.twitter.com/PY2OajcG8F

O protesto foi descrito como uma manifestação de oposição à ferrovia, considerada um “plano de extermínio” pelos indígenas. O líder espiritual Naldinho Kumaruara foi identificado como responsável por espalhar a tinta de urucum nos presentes para marcar a resistência dos povos indígenas afetados pela construção da Ferrogrão.

As críticas dos indígenas 

A Ferrogrão, projeto defendido pelo governo Lula, tem o objetivo de ligar Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA). A ferrovia percorrerá quase 1.000 km com impacto nos territórios indígenas.

O Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns afirmou que os povos não foram formalmente convidados para o seminário e destacou que a obra trará consequências negativas, como o envenenamento dos rios e solos.

Acusações ao governo Lula

Após o protesto com tinta de urucum e um cântico indígena, uma liderança do povo arapium enfatizou a falta de interesse do governo Lula em ouvir as comunidades locais sobre a ferrovia.

Em março, representantes de diversos povos indígenas e movimentos sociais realizaram um tribunal popular. Eles condenaram as violações relacionadas à Ferrogrão e pediram o cancelamento definitivo do projeto do governo.

Apesar das críticas e impasses jurídicos, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), defendeu a Ferrogrão como um investimento importante para o transporte de cargas no Brasil central.

O projeto continua em pauta, mas enfrenta resistência e oposição por parte das comunidades afetadas.

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Fonte: Revista Oeste


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