Entenda como o relevo de Porto Alegre trava o escoamento e provoca inundações

O relevo de Porto Alegre é o ponto-chave para entender as inundações que assolam o Rio Grande do Sul há dez dias. O Lago Guaíba, que banha a capital gaúcha e parte de sua região metropolitana, bateu a máxima histórica de 5,33 metros no último domingo, 5.

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Além do relevo da cidade, a bacia hidrográfica da área e o efeito das tempestades no Oceano Atlântico contribuíram para as inundações no Rio Grande do Sul.  

Relevo de Porto Alegre

Relevo é o conjunto de formas que são observadas na superfície terrestre. Porto Alegre está localizada em um território plano.

As cidades que ficam a poucos metros do nível do mar tendem a ter esse tipo de relevo. Por esse motivo, a capital gaúcha é propícia a inundações, como as que ocorrem no momento. 

Hidrografia

Além do território baixo, Porto Alegre é circundada de um lado por 40 morros. Do outro, é limitada pela orla fluvial do Lago Guaíba.  

“O Lago Guaíba, na altura da capital, é local de confluência de cinco rios principais — Taquari-Antas, Gravataí, Sinos, Caí e Jacuí — que descem de pontos mais altos do Estado”, afirmou ao g1 o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “As águas dos rios chegam ao Lago Guaíba, vão para a Lagoa dos Patos e de lá para o Oceano Atlântico.”

O lago, que passa por Porto Alegre, recebe água dos rios e da chuva que cai na região, antes de chegar à Lagoa dos Patos, que, por sua vez, desagua no oceano.

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Menegat diz que os rios que formam o Delta do Jacuí e originam do Guaíba fluem em alta velocidade. No entanto, por causa das fortes chuvas, o lago recebe mais água do que o normal.

Por esse motivo, sua cota de inundação foi ultrapassada — que é de três metros — e atingiu o nível de 5,26 metros nesta segunda-feira, 6. 

Nível do oceano

O oceano também é afetado pelas chuvas. Isso também dificulta o escoamento da água. 

“Os ventos fortes formam marés de tempestade”, afirma Menegat. “Isso faz o mar crescer e subir o nível em até dois metros, a depender da configuração da praia. No caso do que acontece aqui no Rio Grande do Sul, o mar fica mais alto do que o nível de escoamento da Lagoa dos Patos, isso impede que o excesso de água seja despejado no mar.”

Como resultado, a água do Lago Guaíba e dos rios que o alimentam continua empossada em Porto Alegre e nas cidades vizinhas.

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Fonte: Revista Oeste


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