Enchentes no Rio Grande do Sul afetaram até 92% dos empregos

As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio afetaram até 92% dos postos de trabalho nas cidades mais atingidas. É o que mostra o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em informações divulgadas nesta quarta-feira, 3.

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A pesquisa utiliza georreferenciamento de endereços. Com isso, o Ipea mapeou os estabelecimentos privados impactados por inundações e deslizamentos de terra. Os pontos dos estabelecimentos destruídos foram sobrepostos às áreas inundadas.

Mapeamento das áreas atingidas no Rio Grande do Sul

Em cidades como Eldorado do Sul, na Grande Porto Alegre, e Roca Sales e Muçum, no Vale do Taquari, a projeção mostra que entre 74% e 82% dos estabelecimentos foram impactados.

Para esses municípios, as inundações prejudicaram entre 84% e 92% dos postos de trabalho, de acordo com o Ipea.

Rafael Pereira, um dos autores do estudo, informa que os números podem estar subnotificados. “Na metodologia que a gente usou, a gente faz a geolocalização do endereço”, explicou. “O grau de precisão vai variar. A gente ficou apenas com o resultado que tinha precisão confiável. Fizemos um trabalho de geolocalização em várias etapas.”

Possíveis subnotificações e impacto nos postos informais

Além disso, o impacto pode ser maior ao considerar postos de trabalho informais, não incluídos no levantamento. O estudo aborda estabelecimentos diretamente afetados por inundações, deslizamentos ou isolamento causado pelas enchentes.

A área afetada pelas inundações abrange cerca de 16 mil km². As chuvas atingiram 484 cidades gaúchas.

Nos 418 municípios em estado de calamidade ou emergência, 334,6 mil postos de emprego foram diretamente prejudicados, o que representa quase 14% das vagas registradas.

Utilização dos dados do eSocial

Os pesquisadores usaram dados do eSocial fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Empregadores utilizam o sistema para registrar eventos como contratações e demissões. “Os dados do eSocial são organizados no nível do estabelecimento”, informa o estudo. “Conceitualmente, considera-se como estabelecimentos as unidades de uma mesma empresa (matriz) que estão separadas espacialmente, ou seja, com endereços distintos de operação da empresa. Por meio desses endereços, é possível encontrar a geolocalização dos vínculos dos trabalhadores.”

As enchentes atingiram 27% dos estabelecimentos em Porto Alegre e 38% dos postos de trabalho.

No Estado, o número de mortos em decorrência das chuvas chegou a 180 na terça-feira 2. Conforme a Defesa Civil estadual, 32 pessoas continuam desaparecidas, e há mais de 800 feridos.

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Fonte: Revista Oeste


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