Daniel Cravinhos nega ter sido ‘forçado’ a matar pais de Suzane von Richthofen

Daniel Cravinhos, condenado a 39 anos de prisão pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, disse não ser mais capaz de “sustentar” a ideia de que foi “manipulado” e “forçado” a cometer o crime hediondo pela ex-namorada Suzane von Richthofen. A entrevista foi dada ao jornal O Globo nesta quarta-feira, 17. 

“Depois de tanto tempo, não é mais possível sustentar essa ideia”, disse Daniel Cravinhos. “Não vou minimizar o que fiz. Muito menos serei um canalha e jogarei a culpa toda para cima dela.”

Daniel afirmou também que ele, seu irmão Cristian Cravinhos e Suzane são igualmente “responsáveis” pelo crime que chocou o Brasil. 

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“Temos encargos iguais no crime”, disse Daniel Cravinhos. “Essa é a verdade. A ideia foi minha e de Suzane. Não sou oportunista para, nesse estágio da vida, tirar o meu corpo fora para diminuir as minhas responsabilidades. Meu maior dilema é justamente esse: como fiz algo tão terrível sem ter sido forçado por ninguém?”

Daniel disse não saber “como apontar um único motivo” para ter matado Manfred e Marísia von Richthofen. Afirmou que “a maior bobagem” para apresentar como “motivação” do crime” seria o fato de os pais de Suzane se posicionarem contra o relacionamento deles. 

“As razões são um conjunto de fatores que incluem paixão, possessão, irresponsabilidade, impulsividade, descontrole, inconsequência, raiva, imaturidade e cegueira”, alegou Daniel. “Suzane mentiu, dizendo que o pai dela deu apenas um tapa em seu rosto. A verdade é que ela sofreu uma série de agressões em casa.”

Daniel Cravinhos também disse que era “ imaturo” e “idiota” na época do duplo homicídio e que falhou não apenas com os ex-sogros, mas também com o ex-cunhado, Andreas, que só tinha 15 anos. “Se eu fosse homem e não um moleque, teria resolvido meus conflitos de outra forma”, observou. 

Aproximação da família Cravinhos com Andreas

Em regime aberto desde 2017 por ter brutalmente assassinado Manfred e Marísia von Richthofen, Daniel Cravinhos disse querer se aproximar do único filho do casal que não teve qualquer envolvimento com o duplo homicídio: Andreas. Disse querer “dar-lhe carinho”.

Daniel Cravinhos disse ter enviado uma carta para Andreas, justificando o ato com o fato de eles serem amigos à época do duplo homicídio. “Estou dando este passo mais ousado para que ele saiba do meu desejo”, afirmou. Disse que aguarda uma resposta. 

“Esta tentativa de aproximação é muito delicada”, observou Daniel. “Não sei como ele vai reagir. Logo após a tragédia, Suzane tentou um contato com o irmão e acabou sendo denunciada à polícia por ameaça. Se Andreas se sentir ameaçado por mim e me denunciar, posso perder o regime aberto e voltar à prisão. Por isso, optei por deixar minhas intenções claras e públicas. Compreendo que ele se sinta ameaçado por causa do que eu fiz com o seu pai. Não há como ignorar isso.”

Daniel Cravinhos também disse que Andreas vive na “maior prisão que existe”, que seria “psicológica” e que sentia “responsável” por isso. Afirmou que, no seu caso, enquanto esteve preso em Tremembé, a mente “continuava livre aqui fora”.

“Andreas está em liberdade, mas sua mente está aprisionada”, disse Daniel. “Hoje, tenho maturidade e discernimento para seguir em frente. Gostaria que ele também pudesse continuar sua jornada, mesmo diante de todas as adversidades. Sinto-me profundamente mal em viver minha vida enquanto ele está estagnado por minha causa. Sinto-me moralmente obrigado a estender-lhe a mão.”

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Fonte: Revista Oeste


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