A estudante de medicina Alicia Dudy Muller, da Universidade de São Paulo (USP), começou a ser julgada nesta terça-feira, 31. Ela é acusada de desviar quase R$ 1 milhão dos fundos arrecadados para custear a festa de formatura de sua turma. A primeira audiência foi realizada no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP), a sessão foi iniciada às 13h40 e foi presidida pelo juiz Paulo Eduardo Balbone Costa.
Alicia foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por oito estelionatos consumados.
“A denunciada Alicia obteve, para si, por oito vezes, vantagens ilícitas, totalizando R$ 927.765,33, em prejuízo alheio, induzindo e mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”, escreveu o promotor de Justiça Fabiano Pavan.
Os estudantes afirmaram que foram vítimas de um golpe de Alicia, que à época era presidente da comissão de formatura. Eles disseram que pagaram, ao longo de quatro anos de curso, a realização da festa — mas o dinheiro desapareceu.
Em um grupo de WhatsApp, a jovem confessou aos colegas que retirou o dinheiro da ÁS Formatura — empresa focada na realização de eventos de formaturas — para investir. Ela disse que recebeu orientação de uma entidade especializada.
De acordo com Alicia, a investidora desapareceu com cerca de R$ 800 mil, e o valor restante do fundo da formatura foi gasto com um advogado, na tentativa de reaver o dinheiro.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), um dos estudantes lesados registrou um boletim de ocorrência no 14º Distrito Policial de Pinheiros. O caso está em investigação pelo 16º DP (Vila Clementino), que instaurou inquérito para apurar o crime de apropriação indébita.
Interpelada sobre a retirada de todo dinheiro por Alicia, a Ás Formatura afirmou que “todas as transferências foram realizadas rigorosamente, conforme estabelecido nas cláusulas contratuais”.
A empresa também afirmou que está “em contato com a comissão de formatura para buscar algum tipo de solução que viabilize a realização do evento planejado”.
Pelo Instagram, a 106ª turma de medicina da universidade tem publicado avisos sobre a celebração, prevista para janeiro do ano que vem.
Em depoimento à polícia, a aluna disse que investiu o valor, mas perdeu o dinheiro por falta de conhecimento em finanças. Com isso, passou a jogar na loteria para tentar recuperar o montante.
Fonte: TBN