Inflação de alimentos pode subir por impacto das chuvas no RS, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 25, que o impacto das chuvas no Rio Grande do Sul pode colaborar para o aumento da inflação de alimentos.

“Se você começa a pensar que, por causa do Rio Grande do Sul e por causa das coisas que estão acontecendo, o preço dos alimentos vai ser um pouco mais alto, aí de fato você tem um número que pode ser um pouco maior”, disse, durante palestra no X Seminário Anual de Política Monetária, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O presidente da BC também destacou que o custo de reconstrução do Estado depois das enchentes é incerto e lembrou que algumas contas podem chegar 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “Isso tem influência no fiscal na frente”, acrescentou.

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Para além da tragédia no Rio Grande do Sul, Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação têm aumentado, especialmente devido ao cenário fiscal, ao ambiente externo e à credibilidade do BC.

“Em termos de expectativa de inflação, aqui tem sido uma notícia bastante ruim para o Banco Central”, disse.

Mercado espera alta dos juros e da inflação

O mais recente Boletim Focus mostra que a expectativa do mercado para a inflação passou de 3,76% para 3,80% em 2024. Para o ano que vem, a estimativa subiu para 3,74%, ante 3,66% da pesquisa anterior.

As metas de inflação para 2024 e 2025 são de 3%, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Já a taxa de juros deve terminar o ano em 10% em relação aos 9,75% da semana passada. A alta é uma resposta ao tom conservador do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu os juros em 0,25 ponto porcentual (p.p) na última reunião.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), o mercado colocou o pé no freio e reduziu a projeção de 2,09% para 2,05% neste ano.

Durante a palestra, Campos Neto também comentou sobre a flexibilização da meta fiscal de 2025 pelo governo, e enfatizou que isso a percepção do mercado piorou em relação às contas públicas. Segundo ele, essa questão pode afetar a política monetária, conforme o impacto nas variáveis macroeconômicas que o BC analisa para combater a alta de preços.

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Fonte: Revista Oeste


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