Porta-aviões São Paulo, o maior navio que a Marinha do Brasil já possuiu, teve um fim trágico após ser proibido de entrar na Turquia

O porta-aviões São Paulo foi afundado pela Marinha do Brasil em fevereiro do último ano mesmo com a oferta de R$ 30 milhões de um grupo saudita pela embarcação e após aval da Justiça. O naufrágio aconteceu a 350 quilômetros da costa brasileira, em área com profundidade de 5 mil metros.

Imagem capturada por satélites e divulgada pela ONG Greenpeace na época demonstrava o Porta-Aviões São Paulo a essa mesma distância da costa de Pernambuco, quase numa linha reta a partir de Recife. Aembarcação tinha quase dez toneladas de amianto, e seu afundamento foi alvo de discussões entre os ministros José Múcio Monteiro (Defesa) e Marina Silva (Meio Ambiente), que acabou sendo derrotada.

Segundo a Marinha do Brasil, o procedimento foi conduzido com as necessárias competências técnicas e segurança pela Marinha do Brasil, com o intuito de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro.

Fontes militares informaram à Folha que, após estudos sobre as condições de flutuabilidade, a Marinha decidiu naufragar a embarcação de forma controlada para evitar que o casco permanecesse em constante iminência de afundamento.

A técnica utilizada para naufragar o Porta-Aviões São Paulo envolveu a atuação de mergulhadores, que colocaram explosivos para fazer rasgos no casco e aumentar o fluxo de entrada de água no navio até seu afundamento completo.

A Marinha do Brasil que revelou o local exato do naufrágio do navio Porta-aviões São Paulo foi selecionado com base em estudos conduzidos pelo Centro de Hidrografia da Marinha e Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira.

As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, à atividade de pesca e aos ecossistemas.

Por fim, a Marinha do Brasil presta legítima reverência ao ex-Navio Porta-Aviões São Paulo, barco que abriga alma beligerante perpetuada na mente de homens e mulheres que guarnecem seus conveses, dignos servidores da Marinha Nacional Francesa e da Marinha do Brasil, sob a égide das tradições navais e de elevado espírito marinheiro.

A operação de naufrágio do navio da Marinha aconteceu após o Tribunal Regional Federal da 5ª Região ter negado recurso do Ministério Público Federal e mantido a decisão da primeira instância da Justiça Federal em Pernambuco que indeferiu pedido para impedir que o casco do porta-aviões São Paulo fosse descartado em águas brasileiras.

A decisão da Marinha do Brasil provocou reações por causa da contaminação gerada a partir do afundamento. Além da quantidade de amianto remanescente no navio da Marinha em partes estruturais, que não puderam ser retiradas, consultores estimam que haja cerca de 200 toneladas de PCBs, compostos usados como fluidos em cabos e outros componentes.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), alguns dos impactos previstos são distúrbios na capacidade filtrante e dificuldade de crescimento em organismos aquáticos e liberação de gases CFCs e HCFCs. Além disso, o impacto físico sobre o fundo do mar provocaria a morte de espécies, a deterioração de ecossistemas e a carcaça poderia atrair espécies invasoras.

A Marinha decidiu descartar o casco na costa brasileira mesmo após um grupo saudita oferecer R$ 30 milhões pelo equipamento. A proposta foi feita na época, após a Folha revelar que a Marinha planejava afundar a embarcação diante do avançado grau de degradação do antigo aeródromo.


Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Click Petróleo e Gás


Você pode gostar também de