Gigantescos cemitérios de navios! Como navios são destruídos ao serem descomissionados?

Os locais de desmontagem de navios, conhecidos como cemitérios de navios, são onde embarcações que atingiram o fim de sua vida útil são desmontadas e vendidas como sucata. Esses locais geram milhões de dólares em lucro por embarcação, mas também trazem diversos problemas ambientais e de segurança.

Um dos maiores cemitérios de navios do mundo é o Aliaga Ship Recycling Yard, na Turquia, onde muitos navios são desmantelados anualmente, especialmente após a pandemia de COVID-19, que levou ao descomissionamento precoce de muitos cruzeiros.

Quando um navio chega ao Aliaga Ship Breaking Yard, o capitão guia a embarcação para atracar. Depois de atracada, a equipe inspeciona a condição do navio e planeja a desmontagem. Este processo pode levar de seis meses a um ano, dependendo do tipo de navio.

A desmontagem começa pelos quartos, passa pelas áreas de lazer e termina com a remoção de paredes, janelas e pisos. Equipamentos pesados, como guindastes, são usados para mover as partes do navio, que podem pesar até 2.000 toneladas.

Navios contêm materiais tóxicos como amianto e tintas perigosas. Para evitar a contaminação, Aliaga possui um sistema centralizado de descarte de resíduos. Esse sistema garante que os materiais perigosos sejam tratados e eliminados de maneira segura, protegendo o meio ambiente.

Após a desmontagem, os componentes internos dos navios são reciclados e vendidos para diversos setores, enquanto as partes metálicas são enviadas para fábricas de reciclagem de metal. Aliaga recicla cerca de 1 milhão de toneladas de metal por ano, gerando aproximadamente 4 milhões de dólares por navio.

Trabalhar em cemitérios de navios é perigoso. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, os trabalhadores correm alto risco de acidentes e exposição a substâncias tóxicas. Apesar dos altos salários, as condições de trabalho são duras.

O maior cemitério de navios do mundo está em Alang, na Índia, onde o processo de desmontagem é similar ao de Aliaga, mas com menos proteção ambiental e segurança para os trabalhadores. A maioria das tarefas é feita manualmente, expondo os trabalhadores a riscos ainda maiores.

No Brasil, a ausência de legislação específica para o desmanche de embarcações resulta em navios abandonados ao longo do litoral. Em 2022, o incidente com o navio cargueiro São Luiz, que colidiu com a Ponte Rio-Niterói, destacou a necessidade urgente de regulamentação. Atualmente, existem 51 embarcações abandonadas na Baía de Guanabara, representando riscos ambientais e de saúde pública.

Os cemitérios de navios são essenciais para a reciclagem de embarcações fora de uso, mas apresentam sérios desafios ambientais e de segurança. Locais como Aliaga e Alang destacam a importância de práticas seguras e regulamentadas na desmontagem de navios. O Brasil precisa avançar na criação de legislações específicas para evitar problemas como os navios abandonados na Baía de Guanabara e garantir um desmanche seguro e sustentável.


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Fonte: Click Petróleo e Gás


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