Haddad: “Equipe econômica está comprometida com o arcabouço”

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Fernando Haddad, ministro da Fazenda Foto: Ministério da Fazenda/Diogo Zacarias

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu, nesta quinta-feira (31), que a equipe econômica está comprometida com o que foi sancionado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em relação à meta de déficit zero para 2024.

– Obviamente que o governo vai lutar para ter receitas suficientes para não ter que contingenciar, uma vez que não tem muito espaço para cortes, mas é lei, né? Tem que ser cumprido como foi aprovado – afirmou, durante entrevista coletiva à imprensa.

De acordo com ele, as regras de contingenciamento já estão estabelecidas.

– E de forma muito rígida, a meu ver – avaliou o ministro.

Haddad disse que a meta do primário não foi mais discutida com o presidente desde quando foi apresentada antes do envio para o Congresso Nacional.

– Foi a única reunião com presidente, em meados de março, junto com arcabouço. Não houve nenhuma outra reunião com o presidente a esse respeito – afirmou o ministro.

Haddad ressaltou que o Congresso Nacional aprovou as regras adicionais no arcabouço que regem a execução orçamentária e que se Lula discordasse do que foi estipulado pelo legislativo, teria vetado a matéria.

– Tem as regras e como vamos acompanhá-las, lembrando que há limites inferior e superior de gastos, que são as balizas. Temos um crescimento mínimo, que é praticamente igual ao do teto de gastos. Não importa o quanto a economia ande bem, há um teto, para que se restabeleça uma disciplina que se perdeu de oito anos para cá – destacou.

CONVERSAS COM LIRA
O ministro da Fazenda afirmou ainda que conversou nesta quinta-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre as medidas que ajudarão o governo a alcançar o déficit zero no próximo ano.

Segundo Haddad, a Fazenda e o Planejamento estão “à disposição” do Congresso para enfrentar o debate, inclusive pelo lado de gastos.

– Não temos problema com isso – disse.

Na sequência, citou como exemplo o combate a desperdícios em fraudes de cadastro.

– Está cheio de coisas que nos interessa discutir (…). Quanto mais cedo atingirmos os resultados, mais cedo o Brasil vai crescer – comentou o ministro.

Haddad reconheceu que as medidas de arrecadação apresentadas ao Congresso pela equipe econômica não são “fáceis” para o Congresso deliberar. Disse, contudo, que não será possível obter os melhores resultados econômicos se o governo não se comprometer com “resultados consistentes”.

– Não nego o desafio (…). Tenho certeza que o país está preparado para ciclo virtuoso de crescimento se tomar as medidas necessárias. Reafirmando o compromisso de obter o melhor resultado possível, obviamente levando em consideração o Congresso, mas creio que há engajamento muito grande com as medidas – afirmou.

E complementou:

– Basta fazer o que precisa ser feito para atingir objetivo, se vai demorar três ou seis meses, o fato é que o resultado vai chegar, mas não podemos desistir dele.

O ministro ainda destacou que a nova regra de gasto embutida no arcabouço fiscal é “mais factível de sobreviver ao longo do tempo” em relação ao extinto teto de gastos.

– Não temos mais no Brasil meta de primário dissociada da regra de gasto – afirmou.

VETO NO ARCABOUÇO
O ministro da Fazenda reiterou que o veto no arcabouço fiscal, sancionado nesta quinta, tem como único objetivo manter o encontro de contas em precatórios. Haddad comentou, durante pronunciamento sobre o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024, que o pedido para o veto veio da área técnica do governo, sinalizando a utilidade dos encontros de contas.

– Na LDO tem um dispositivo, que já vem desde 2023, e permite o encontro de contas de precatórios. Não se quer tirar isso da LDO por causa da flexibilidade. Não foi decisão política, veio da área técnica o pedido para não engessar esse dispositivo. O alerta técnico é de que isso dificultaria transações – alertou o ministro.

Ele lembrou do caso Campo de Marte, em que a União foi condenada a pagar indenização e fez encontro de contas da dívida de São Paulo com o governo.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reiterou que o encontro de contas de precatórios pode ser a favor da receita ou contribuinte e que não seria bom engessar isso de forma perene.

– Nada impede que o Congresso estabeleça que o encontro de contas só vale para precatórios – apontou.

*AE

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Fonte: Pleno.News


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