Roger Waters diz que não há evidências do estupro de mulheres israelenses pelo Hamas

Roger Waters, ex-líder da banda Pink Floyd, afirmou que não há evidências de que terroristas do Hamas tenham estuprado mulheres israelenses em 7 de outubro. Ele deu a declaração em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, nesta terça-feira, 2.

Em diversos momentos da entrevista, Waters sugeriu que o governo israelense teria permitido intencionalmente o massacre do Hamas e negou sistematicamente a morte de civis por parte do grupo. Ele também defendeu um vídeo no YouTube, no qual aconselhava os israelenses a retornarem para a Europa Oriental ou para os Estados Unidos.

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No vídeo, ele disse que israelenses que escolhessem ficar em suas casas seriam “bem-vindos” em um novo Estado palestino. Ao explicar a publicação, Waters afirmou que lembra da guerra todos os dias.

“Choro por Gaza todas as manhãs ao acordar”, disse Roger Waters. “Tenho apenas 80 anos, nunca presenciei o genocídio de um povo inteiro acontecendo todos os dias.”

Waters afirmou que a guerra em Gaza é o assunto mais importante que impacta o mundo e exigiu que Israel se desculpasse “com toda a raça humana”. Ele explicou que apareceu no programa de Morgan para apoiar candidatos nas próximas eleições gerais do Reino Unido. Na ocasião, criticou Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, como um “homem comprado”.

Waters endossou o oponente local de Starmer, Andrew Feinstein, e outros candidatos, o que inclui Leanne Mohamad, uma candidata independente, de 23 anos, e com origem palestina. Ela descreveu o ataque de 7 de outubro como “uma visão histórica”, em uma postagem no Twitter/X, posteriormente deletada.

Restrição contra músicas de Roger Waters

Depois da entrevista, a presidente da organização feminina Na’amat pediu às rádios israelenses que parassem de tocar as músicas de Waters. Ele disse que os israelenses não deveriam “contribuir para o sustento por meio de royalties de um negador do estupro e massacre de 7 de outubro”, mesmo que fosse um “gesto simbólico”.

Nas semanas seguintes ao ataque de 7 de outubro, quando milhares de terroristas invadiram o sul de Israel, mataram cerca de 1,2 mil pessoas e tomaram 251 reféns, Waters sugeriu que havia “algo suspeito” na narrativa sobre o ataque.

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“Não sabemos se algum dia conheceremos toda a história”, disse Roger Waters, em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald. “Eles estão chamando isso de 11 de setembro deles. O que realmente aconteceu no 11 de setembro norte-americano? Ninguém sabe.”

Nesta terça-feira, Waters recusou-se a condenar o ataque. “Não vou ter essa conversa”, afirmou. “Se o Hamas cometeu crimes de guerra, condeno”. Na ocasião, ele defendeu sua declaração de que era impossível saber o que realmente aconteceu.

“Não estou dizendo que parte do movimento de resistência palestino não cruzou aquela cerca de arame para o que é chamado de Israel”, afirmou Waters. “O que estou dizendo é: há toda essa conversa sobre ‘Israel tem o direito de se defender?’. Por que Israel não se defendeu naquela manhã?”

Música pede investigação sobre filmagens do Hamas

Quando pressionado sobre as filmagens do ataque feitas pelo Hamas, Roger Waters pediu uma “investigação real e verdadeira” e sugeriu que Israel não permitiria tal investigação.

Ele creditou várias mídias alternativas por “desmascarar todas as mentiras imundas e nojentas contadas pelos israelenses depois do 7 de outubro, sobre queimar bebês e mulheres sendo estupradas”. O músico insistiu que não havia “nenhuma evidência” de estupro.

Um relatório de fevereiro do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência Sexual em Conflitos concluiu que “há motivos razoáveis para acreditar que a violência sexual relacionada ao conflito ocorreu durante os ataques de 7 de outubro em vários locais na periferia de Gaza, incluindo estupro e estupro coletivo, em pelo menos três locais”.

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O relatório também observou vários padrões de “indivíduos assassinados, principalmente mulheres, cujos corpos estavam nus da cintura para baixo — e alguns totalmente nus — amarrados com as mãos para trás, muitos dos quais foram baleados na cabeça”.

Waters negou as acusações de antissemitismo. “Não sou antissemita nem remotamente”, disse. “Sabe quem saberia se Roger Waters fosse antissemita? Roger Waters saberia, porque eu teria sentimentos sobre judeus.”

Nos últimos 20 minutos de entrevista, Waters acusou “potências ocidentais” de “assassinar ucranianos” ao encorajá-los, “contra a vontade deles”, a resistir à invasão russa de 2022.

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Fonte: Revista Oeste


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