Itália descobre esquema ilegal de emissão de cidadania para brasileiros

A Polícia da Itália descobriu e desfez um esquema de falsificação de documentos e emissão de cidadania ilegal a estrangeiros. A rede criminosa trabalhava especialmente para brasileiros, sob pagamento de taxa, conforme divulgou o órgão, nesta segunda-feira, 1°. 

O principal acusado é um funcionário do Registro Civil de Frosinone, na região central do país, que também é proprietário de uma agência de intermediação internacional. A Polícia Estadual diz que ele é “cúmplice na permanência clandestina na Itália de numerosos cidadãos brasileiros”.

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Além disso, ele será investigado pelos crimes de violação da lei de concessão da cidadania italiana, falsidade ideológica em documentos públicos, omissão de documentos oficiais e prática de atos contrários às suas obrigações. Ainda há a análise sobre abuso de poder e de falta de cobrança de taxas consulares. Não houve a cobrança de valor mínimo de € 51 mil (cerca de R$ 305 mil).

A rede ilegal existe desde 2017 e beneficiou 179 cidadãos estrangeiros, de acordo com o comunicado da polícia. O esquema fez com que beneficiários que pagassem taxas obtivessem a cidadania italiana iure sanguinis (por direito de sangue) — documento dado a descendentes. 

Esquema da Itália faz parte de organização ilegal internacional 

A agência desfeita pela polícia está ligada a uma organização maior. Trata-se de uma ampla rede internacional que atua entre países como Brasil, Alemanha e Itália. As investigações sugerem que “benefícios significativos” nasceram da ilegalidade. Em apenas três anos, o esquema teria conseguido uma quantia superior a € 700 mil (cerca de R$ 4,2 milhões). 

“É um verdadeiro sistema destinado a incentivar a permanência ilegal em território italiano de cidadãos de nacionalidade estrangeira”, informa a Polícia Italiana, em comunicado. “Isso ocorre através da obtenção de documentos em um espaço de tempo muito curto e quase na ausência das certificações obrigatórias e dos controles documentais necessários.”

A operação começou depois de uma denúncia da Embaixada da Itália no Reino Unido. A investigação incluiu “longas tarefas de observação e acompanhamento, depoimentos de numerosas testemunhas e análise aprofundada dos documentos apreendidos.”

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Fonte: Revista Oeste


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