A nova face da ditadura climática

O discurso alarmista da turma do aquecimentismo continua firme, seguindo com as suas implementações da ditadura climática por todos os lugares. Nesse processo, aproveitam da variabilidade natural do clima e das ocorrências dos diversos fenômenos meteorológicos, apresentando-os à sociedade como se fossem algo de outro mundo.

Nesse contexto, montam seus discursos para serem anunciados pelas mídias, propagandeando uma emergência que não existe! Isso permite que os políticos de plantão, além de poderem se eximir de todas as responsabilidades em não realizarem o básico das obras necessárias pela verdadeira engenharia (não a que pertence ao discurso da falsa resiliência), são liberados para gastarem dinheiro sem muita fiscalização — algo que adoram fazer. Se alguém ainda duvida, basta lembrarmos das compras realizadas durante a “pandemia”.

Pois bem. Nesse contexto, se o país já for comunista, em maior grau, como China e Coreia do Norte; ou em grau intermediário, mas avançando sem bloqueios, como Canadá, França e Brasil, aí a coisa fica bem facilitada. E quanto mais esse Estado “democrático” puder assaltar o cidadão, tirando-lhe todas as suas liberdades, melhor.

Foi assim que, na França, aquele país “democrático” em que a plataforma Rumble também não pode ser mais acessada, foi aprovado, em 7 de junho de 2023, o Decreto nº 2023-444. O texto é sobre os sistemas de regulação de temperatura para sistemas de aquecimento e refrigeração e sobre o isolamento de redes de distribuição para uso específico destes sistemas de calor e frio. Pelo tema, acabou ficando conhecido apenas como o “Decreto do Termostato” e entrará em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2027.

Segundo o texto do decreto que atinge todos os indivíduos e profissionais da construção, haverá a obrigação da instalação de termostatos programáveis ​​e conectados em todas as habitações e edifícios novos ou existentes com menos de mil m2. O objetivo, claro, é fazer com que a população geral entre na linha climática e energética de forma forçada, alegando que isto será um incentivo aos franceses em gastar menos energia em cada cômodo de suas residências, pois estas, segundo o governo, consomem 43% da energia gerada anualmente. Na verdade, trata-se de um sofisma, dos mais vagabundos, que claramente mascara a redução e racionamento como se fosse um benefício de se poupar energia. É o tradicional engodo social da “venda” de um benefício inexistente, já que alegam que 15% poderia ser poupado, mas com um sacrifício ainda desmedido das pessoas!

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Desta forma, fica claro que o Estado agora é quem decide a situação do conforto térmico de forma genérica para todos os seus habitantes. Isso foi promovido, contrariando os estudos de sensação e conforto térmico humanos que estão na literatura acadêmica há mais de um século. Essas análises tem mostrado claramente que o fator da individualidade é bastante preponderante entre os quesitos, inclusive influenciando a arquitetura de obras e residências, com suas adaptações particulares. Assim pergunta-se: quando a ciência é clara em um assunto, mas vai contra um discurso de uma agenda, ela pode ser completamente descartada?

Os efeitos da ditadura climática no Brasil

A pergunta tem um teor apenas de retórica, pois sabemos que a resposta é afirmativa. Nada mais interessa senão que a agenda climática e seus anexos sigam seu percurso, com todas as mazelas para a humanidade que elas possam provocar. Para o estudo de caso apresentado, ele está totalmente imerso no processo de descarbonização, apresentado pelo Ministério da Transição Ecológica do atual governo francês de Macron (como os atuais interventores federais aqui do Brasil não tiveram essa “fabulosa” ideia ainda para um novo ministério? Melhor não dar a dica!).

O caso energético da França ainda se apoia em um duplo propósito. O primeiro é o do clima e sua falaciosa descarbonização, mesmo com esse país tendo sua matriz energética magistralmente suprida por nuclear, ao redor de 85%. Quanto ao segundo, o tema permite ao governo manipular a produção de energia através do controle do consumo. Ao invés de abrir novas frentes energéticas de geração, a melhor saída será o controle do seu uso na ponta mais frágil, ou seja, o residencial. Ademais, qualquer “crise energética”, daquelas que os políticos adoram inventar, permitiria o governo tratar do assunto como uma “emergência” — e sabemos que, nesses casos, lá se vão todos os direitos individuais — especialmente surpreendente e preocupante, em um país que se orgulhava da sua “revolução” e da confecção da Declaração dos Direitos do Homem (1789), inspiração para a ONU e sua Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.

Assim como tivemos a ideia tosca de tentar colocar uma lei no município de São Paulo, em 2010, que obrigaria as pessoas a terem de pintar seus telhados de branco na pretensão de diminuir 1,0oC a temperatura do planeta (meu Deus!), esse novo negócio financeiro, travestido de lei climática e energética francesa, apresenta a mesma receita de bolo que é utilizada com sucesso há quase 40 anos. Ele tem os especialistas de ONGs, os “cientistas” engajados, o produto a ser oferecido pelas empresas do setor e a força do Estado, onde este último, além de obrigar seus cidadãos a se adequarem, ou terão consequências, faz com que as empresas envolvidas tenham seu lucro garantido, sempre na faixa dos bilhões. Nesse caso, ainda teremos um mercado financeiro energético que contabilizará créditos, os quais claramente terão algum papel de compra e venda entre usuários, bem como poderão ser utilizados como forma de mais controle — seja por limites de uso ou por futuros “créditos sociais” da falsa sustentabilidade.

É o que vemos aqui, iniciando pela oferta de produtos — dos termostatos simples aos mais sofisticados, os quais podem ser verificados remotamente, inclusive com a observação homologada e controlada pelo Estado, o que torna a situação ainda mais preocupante. Assim todos saberão quanto cada um usa de energia, e possivelmente poderão cortá-la, como já fizeram com os medidores de entrada de energia “inteligentes” em alguns países. No caso dos mais antigos aparelhos, a invasão da privacidade das pessoas será certa, com “funcionários” adentrando em suas casas para realizarem a verificação dos equipamentos. Resta a dúvida se as inspeções poderão ocorrer a qualquer momento do dia ou da noite, especialmente em um dia quente de verão ou uma noite gelada de inverno, quando um idoso necessitar de mais energia.

As cidades inteligentes

Já na parte burocrática e promocional da coisa, fazendo o papel de ONGs, ou da “sociedade civil organizada”, o desenho da parafernália é cristalino. Os sistemas de controle “inteligentes” desse tipo são propagandeados por uma espécie de “painel” da construção inteligente, como um IPCC, mas de cunho privado. Trata-se da Smart Buildings Alliance, fundada em 2012, que se intitula como uma… Uma… (?), mas que trabalha todos os dias para tornar os edifícios inteligentes, servindo países, empresas e seus ocupantes. Descreve-se, em seu sítio de internet, como a única do gênero na sua transversalidade, na sua abertura e na diversidade das 450 empresas e organizações associadas que a compõem. Também relata que a estrutura de suas ações se concentra em 3 pilares: casa Inteligente, edifício Inteligente e cidade Inteligente, vangloriando‑se de ser ela própria a “origem” dos quadros de referências para mobilidade, residências, conexões e grades de controle, através das suas mais de 30 comissões e grupos de trabalho.

Em outras palavras, um grupo não eleito, misto por empresas e especialistas, quiçá membros governamentais, simplesmente apresenta critérios, supostamente atendendo necessidades, ou pedidos, no intuito de estabelecer as regras de como devem ser as coisas do tal padrão “inteligente” e sua implementação na sociedade. Claro que no meio disso teremos coisas interessantes, como a melhoria da acessibilidade e mobilidade, ou reais maneiras de se economizar. Contudo, quando as coisas passam para a obrigatoriedade, retirando a escolha das pessoas, inclusive se baseando em falsas afirmações motivacionais e ciência barata, então a benevolência anterior se torna esvaída, pois era apenas cortina de fumaça – e é claro, temos de entender que todos os envolvidos aqui têm interesses puramente filantrópicos! Será que eles estarão envolvidos na reconstrução das tais “novas cidades” do Rio Grande do Sul?

Para o caso da França, verificamos a presença da Smart Home. É uma espécie de sucursal da Smart Buildings Alliance, que vem formulando e aconselhando as normativas para mais esse problema aos franceses. Ressalte-se que este é um dos casos de obrigatoriedade, onde vemos a mistura de interesses do Estado e de empresas, em detrimento do cidadão que acaba de perder o seu direto de escolha — exceto se escolher passar necessidades de frio ou multo calor. E como vemos cada vez mais isso acontecer na nossa sociedade contemporânea do fracassado século 21!

Para a adequação ao novo decreto, também há a exigência obrigatória da contratação de um profissional, tanto para a aquisição quanto instalação dos equipamentos. Os sistemas de controle e monitoramento aceitos são apenas os de classe A, de alta eficiência energética, segundo normas francesas; e os de classe B, considerados como avançados. Outros não serão aceitos. Essa “regra” nos faz lembrar do que os interventores federais atuais fizeram aqui no Brasil, em janeiro de 2024, quanto à venda de refrigeradores e sua eficiência, as quais se encaixam exatamente no caso francês. Não lhes causou curiosidade?

A nova agenda ambientalista

Pois bem, mas o esquema não para por aí. Assim que uma habitação que não possuía um equipamento destes passar a operá-lo, ela irá receber uma bonificação, os chamados sinais EcoWatt ou EcoGaz. O tradicional esquema das certificações com bonificação. A apuração será realizada em tempo real, de forma que, com a disponibilidade de tensão nas redes elétricas, “o consumidor passe a utilizar a energia no melhor momento”.

Com a desculpa de que tal sistema poderá economizar ao ponto de cobrir 80% do custo de instalação dos equipamentos, as pessoas caem na armadilha, ou melhor, são obrigados a pisar na casca de banana, pois agora seu suprimento de energia para conforto ambiental será controlado. Ressalte-se que, quanto mais eficiente, mais caro será o sistema e que essa oneração se tornou obrigatória pelo Estado francês. Acabou o tal “voluntariado” de forma draconiana. Quem for mais pobre que morra, pois assim erradica-se a pobreza, conforme exige a Meta 1 do “Desenvolvimento Sustentável”, cumprindo-a integralmente.

Esse é apenas mais um exemplo dos engendramentos que essa agenda climática nos conduz. A qualquer momento que o Estado francês decretar que há uma “crise energética”, lá se foram os fornecimentos de energia. Ou, então, para assegurar um “clima perfeito”, limites operacionais serão aplicados, tanto para condicionadores de ar, quanto para aquecedores. Vimos isto ocorrer recentemente neste país.

E na questão da “inteligência”, tenho as minhas questões que são completamente legítimas. As tais cidades inteligentes que querem refundar, recomeçar e todas as palavras floridas que quiserem colocar não escondem essas dúvidas que estão no horizonte. No momento, controlam as temperaturas das casas. Também querem controlar quanto que as pessoas poderão se deslocar nas suas cidades, quanto poderão consumir de energia, o quanto e onde os carros particulares poderão circular. Não falta quase nada para também termos “fechaduras inteligentes”, que garantirão que as pessoas fiquem trancadas, só saindo conforme seus horários de rodízio, de maneira a transformar suas casas em celas. Seria a “pandemia” um exercício destes?

Assim, continuamos com as questões. Serão cidades como estas que a Smart Buildings Alliance pretende apoiar, junto dos governos? As cidades inteligentes serão as cidades-prisão? Afinal, quem vai pôr limites no que pode ser feito ou não contra a sociedade? Como falei antes, são questões legítimas porque, aplicando o discurso da “emergência”, o vale-tudo se torna evidente!

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Fonte: Revista Oeste


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