Por Rodrigo Herrero
Praia Grande sediou nesta segunda-feira (30) o Fórum de Humanização da Baixada Santista. O evento reuniu centenas de profissionais de saúde da Região no Auditório Jornalista Roberto Marinho, no Bairro Mirim, para discutir a importância dos cuidados paliativos no atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O fórum foi organizado pelo Grupo de Trabalho em Humanização Regional (DRS-IV) e pelo Núcleo Gestor de Humanização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Saúde Pública (Sesap) praia-grandense. É mais uma ação do Município em conjunto com o Estado, pois em junho, Praia Grande foi polo do encontro mensal do Grupo de Trabalho em Humanização Regional, que reúne técnicos das secretarias de Saúde dos nove municípios que compõem a Baixada Santista, além de profissionais da rede hospitalar da Região e representantes do Governo do Estado.
As atividades desta manhã foram abertas por uma mesa que contou a participação de representantes em Humanização da Saúde de Praia Grande e do Estado. Após a abertura, uma série de palestras sobre os cuidados paliativos foram realizadas com diversos especialistas no tema.
A médica especialista em oncologia clínica e cuidados paliativos, Andréa Sander, trouxe os conceitos e uma contextualização sobre o assunto. Na sequência, o coordenador médico do Núcleo Interno de Regulação (NIR) do Complexo Hospitalar Irmã Dulce (CHID), Felipe Malta, apresentou sua experiência na comunicação de más notícias na saúde. Já a médica infectologista do Instituto Emílio Ribas da Baixada Santista, Somnia Piraggini, abordou sobre a equipe multidisciplinar com pacientes em cuidados paliativos e seus familiares. Por fim, a médica cardiologista e professora da Faculdade de Medicina da Unimes, Flávia Lotto, tratou da importância da formação de uma rede de cuidados.
Após as palestras, o público presente pôde participar com perguntas e reflexões acerca do tema. Realizaram a mediação do fórum a psicóloga e presidente da Comissão de Humanização do Hospital Regional Jorge Rossmann, Ana Maria Guimarães, e a assistente social paliativista e supervisora de Humanização da Santa Casa de Santos, Cláudia Jacob.
Segundo a articuladora de Humanização do Departamento Regional de Saúde (DRS-IV), Mara Regina Anunciação, a escolha do tema dos cuidados paliativos para 2023 reforça a importância dada ao tema dentro do sistema de saúde. “Essa escolha vai de encontro aos princípios e diretrizes da humanização, pois a medicina avança a cada dia, por isso, são fundamentais a compreensão e a implantação dos cuidados paliativos na nossa saúde, sejam na Atenção Primária, na Secundária e na Terciária”, explica.
Para o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira, os cuidados paliativos devem estar cada vez mais presentes no dia a dia de quem vivencia a Saúde. “É algo que a gente precisa falar muito e nós ficamos bastante comovidos com diversas histórias que acompanhamos no dia a dia. Devemos estar cada vez mais antenados às mudanças e atualizados para prestar um atendimento cada vez mais adequado à população”, afirma.
Também participaram do evento a articuladora do Núcleo Gestor de Humanização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Cristiane Marchiori, o coordenador-geral do Grupo de Trabalho de Humanização em Saúde da Sesap, Guilherme Augusto Braga da Silva, e o médico reumatologista Eduardo Yabuta, coordenador do Comitê Técnico Científico e dos Programas de Residências Médica e Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade de Praia Grande.
Cuidados Paliativos – De acordo com o Ministério da Saúde, os cuidados paliativos são destinados a toda pessoa afetada por uma doença que ameace a vida, seja aguda ou crônica. Eles devem ser iniciados a partir do diagnóstico de uma enfermidade, visando a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares. E apesar do imaginário popular crer que seja um tratamento para quem está em fase terminal, os cuidados paliativos vão além e também podem ser oferecidos para tratar pacientes com enfermidades crônicas, visando dar maior conforto e dignidade para o paciente.
Humanização – Praia Grande desenvolve uma série de ações a partir da Política Municipal de Humanização (PMH), como capacitação sobre cuidados paliativos para profissionais da rede municipal e do Hospital Irmã Dulce, que ocorreu em setembro. Outra ação é o projeto Habilidades de Vida, em que são debatidas ferramentas que ajudem a promover um melhor ambiente de trabalho. O projeto está atualmente em andamento com os servidores municipais da Saúde.
Há ainda a implantação da Formação em Controle Social no SUS, em que são feitas oficinas para sensibilizar a comunidade a se aproximar do serviço público, conhecer seus direitos e contribuir na elaboração de propostas que visem a melhora da saúde. Item fundamental dentro do PMH, a formação já ocorreu na Unidade de Saúde da Família (Usafa) Noêmia e está em andamento na Usafa Samambaia, devendo ser, em breve, realizada em outras unidades.
Outra medida é a criação de uma comissão integrada de cuidados paliativos no Município, com a participação de membros de diversas áreas da Sesap bem como do Complexo Hospitalar Irmã Dulce (CHID). Em agosto aconteceu uma primeira reunião para debater a formação da comissão. O objetivo é desenvolver uma linha de cuidados para o paciente que necessita desse tipo de atendimento, conectando os diversos serviços da rede para este fim.
Tal propositura está em consonância com as discussões desenvolvidas no âmbito do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS-IV) que também tem focado nessa temática. Durante encontro regional de humanização em saúde, em junho, sediado em Praia Grande, ocorreu uma palestra sobre cuidados paliativos. A meta é que todos os municípios da Região criem tais comissões e fortaleçam as discussões em torno desse tema.
Fonte: Prefeitura de Praia Grande