Em exposição, Caec João Paulo II revela os talentos da comunidade  

Até esta sexta-feira (20), trabalhos dos alunos dos mais diversos cursos de geração de renda poderão ser vistos e até adquiridos a preços populares

Formar futuros atletas, novos empreendedores e proporcionar às pessoas uma profissão. Esses são alguns dos objetivos dos Centros de Atividades Educacionais e Comunitárias (Caecs) de Guarujá. Prova disso é a exposição que acontece até esta sexta-feira (20), no Caec João Paulo II, em Vicente de Carvalho.

A ação reúne diversos trabalhos produzidos pelos alunos dos cursos de geração de renda, que são comercializados a preços populares. Os produtos são fruto das aulas de crochê, panificação e salgados, confeitaria, corte e costura, chinelo customizado, feltro, pintura em tecido, patchcolagem e artesanato infantil.

O diretor da Unidade fala que o intuito da exposição é valorizar a população. “Nosso compromisso é com a comunidade, em darmos atenção, dignidade e fazer a transformação junto com eles. Quem trabalha em Caec tem que gostar de gente”, destacou.

Na oportunidade, o público pode apreciar belos trabalhos manuais como panos de prato, chaveiros, toalhas de crochê, tapetes, peso de porta, bonecas, bolsas de malha, colares, além de itens do gênero alimentício como esfihas, salgadinhos, pão de mel, tortas e muitos outros produtos.

A coordenadora de Caecs da Prefeitura parabenizou o trabalho do Caec João Paulo II. “Fico muito feliz em estar aqui e poder prestigiá-los vendo que vocês estão fomentando a renda. O Caec é resgate, é oportunidade, é qualidade de vida”, enfatizou.

A exposição, que começou no último dia 16, funciona das 8 às 21 horas. O Caec João Paulo II fica na Rua Engenheiro Silvio Fernandes Lopes, 281, no Pae Cará e tem, atualmente, 4.200 alunos matriculados.

O Município tem sete Caecs, que oferecem gratuitamente à população atividades esportivas, culturais, educacionais e de geração de renda. Ao todo, são aproximadamente 10.300 alunos nesses equipamentos, que contam com monitores e professores voluntários.

Uma das professoras expositoras é a voluntária Rosa Maria de Oliveira. Há 21 anos no Caec João Paulo II, ela dá aulas de feltro, chinelo customizado e crochê. “A gente fica feliz em mostrar o trabalho de todos. Não tenho ideia de quantos alunos passaram por mim. Me orgulho muito deste centro comunitário, que é a minha segunda casa”, finalizou.

“Graças ao Caec venci uma depressão de sete anos”, conta aluna

“Sempre digo que o Caec me resgatou. Graças a ele eu posso dizer que venci e hoje me sinto uma pessoa muito mais útil”. Se os centros comunitários possuem outra função, com certeza é o de transformar vidas. Dona Goreth Izabel do Rosário Lopes da Silva, 66 anos, por exemplo, superou uma depressão de sete anos.

Moradora do Jardim Boa Esperança, em Vicente de Carvalho, ela frequenta o Caec João Paulo II há três anos. Lá faz aulas de pacthcolagem e de pintura em tecido, sempre às terças e quartas-feiras. Para isso, conta com a ajuda de uma vizinha que a leva para as aulas.

Goreth soube dos cursos oferecidos pela Prefeitura por meio de uma amiga e logo se matriculou. Hoje, mesmo com 30% do pulmão comprometido, produz lindos panos de prato e fraldas. “Quando vejo o que produzi fico feliz até porque tem gente de outros bairros comprando meus produtos”, destacou.

Antes do quadro de depressão, Dona Goreth era bastante ativa e trabalhava como auxiliar de limpeza. De repente, faltando dois anos para se aposentar não conseguia trabalhar mais. Foi aí que, somado a problemas familiares, acabou adoecendo e com organismo fraco, veio a depressão.

A aluna do Caec relembra que se cansava facilmente ao fazer qualquer atividade simples. Não posso mais fazer atividade física, “mas a minha mente não está parada. Foi através dos cursos, que despertei para a costura, despertei para as cores”, finalizou.