José Juscelino dos Santos Rezende Filho, de 38 anos, é um político filiado ao União Brasil. Reeleito deputado federal em 2022 pelo Maranhão, ele foi escolhido como ministro das Comunicações pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Natural de São Luís, capital maranhense, Juscelino faz parte de uma família que tem histórico dentro da política local. Irmã do ministro, Luanna Resende (Democratas) era prefeita de Vitoriano Freire (MA) até a manhã desta sexta-feira, 1º — foi afastada ao se tornar alvo de operação da Polícia Federal (PF).
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Desde que assumiu cargo no primeiro escalão do governo federal, em janeiro, Juscelino Filho vem, ao lado de sua família, acumulando polêmicas.
O escândalo da vez que envolve o aliado de Lula é a investigação da PF sobre obras da construtora Construservice, contratada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A empresa pública é bancada com dinheiro de emendas parlamentares e já recebeu verbas enviadas pelo ministro.
Denominada Benesse, a operação deflagrada nesta sexta-feira ocorre, sobretudo, no Maranhão. A ação da PF tem como alvo o ministro das Comunicações.
Segundo a corporação, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa que, supostamente, desviava verbas federais da Codevasf. Segundo as investigações, o esquema se daria por meio de fraude em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.
Um dos alvos pela PF é prefeita e irmã de Juscelino, que foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Segundo informações, o ministro teria desviado emendas parlamentares destinadas à pavimentação de vias de um município maranhense. Em janeiro, tornou-se publico que Juscelino Filho direcionou R$ 5 milhões de emendas do relator para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à fazenda de sua família, justamente em Vitoriano Freire — município então administrado pela irmã dele.
Além da irmã do ministro, foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, mais 12 mandados de busca e apreensão. Os mandados estão sendo cumpridos em três cidades do Maranhão: São Luís, Bacabal e Vitoriano Freire.
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Outras investigações contra Juscelino Filho
Desde que assumiu o Ministério das Comunicações, Juscelino Filho protagonizou outras denúncias e polemicas. Na lista está, por exemplo, viagens apresentadas como oficiais (ou seja, a trabalho). Nesse sentido, ele teve de se explicar por usar um avião da Força Aérea Brasileira para ir em um leilão de cavalos de raça.
O ministro costuma comparecer em eventos no Maranhão. Muitos deles, inclusive, são marcados às sextas-feiras ou às segundas-feiras. Quando isso acontece, o ministro costuma esticar a viagem e ficar no local por todo o fim de semana.
Durante uma dessas viagens, Juscelino desembolsou R$ 2.786 por quatro diárias e meia, apesar de ter trabalhado apenas dois dias, segundo sua agenda oficial. Na ocasião, o ministro alegou que os lançamentos estavam errados no Portal da Transparência e que o dinheiro já havia sido devolvido aos cofres públicos.
Em abril, quando acompanhou a comitiva de Lula à China, o ministro ficou fora do Brasil de 11 a 20 de abril. Depois dos compromissos oficiais na Ásia, ele embarcou rumo a Las Vegas, nos Estados Unidos, para o National Association Broadcasters Show. No Portal da Transparência consta que Juscelino gastou R$ 82 mil durante todo o período das duas viagens internacionais.
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Juscelino Filho utilizou de recursos da campanha eleitoral depois que o pleito já havia passado. Os deputados federais só poderiam usar o Fundo Eleitoral até o dia 2 de outubro de 2022, quando foram escolhidos os representantes do Congresso Nacional; no entanto, o ministro prestou contas de gastos feitos no dia 25 do mesmo mês.
Casado e formado em medicina, o ministro das Comunicações de Lula declarou à Justiça Eleitoral, em 2022, ter R$ 4,4 milhões em total de bens.
Fonte: Revista Oeste