Emendas de relator: Mendonça e Nunes Marques votam a favor

Os ministros André Mendonça e Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), votaram a favor da execução das emendas de relator, mas com critérios mais rígidos de transparência. Mendonça foi o segundo a votar, e Nunes Marques votou em seguida no julgamento que decide sobre a constitucionalidade da prática.

André Mendonça viu “omissão parcial” dos poderes Executivo e Legislativo ao deixar de regulamentar a execução das emendas para atender aos princípios da transparência e publicidade. Para ele, no entanto, não se pode falar em “orçamento paralelo”.

Em seu voto, sugeriu prazo de 60 dias para que o Congresso garanta às emendas de relator o mesmo nível de transparência das outras emendas.

– O tratamento de transparência e publicidade na RP9 não pode diferir das emendas individuais e de bancada – ressaltou.

Mendonça discordou do posicionamento da relatora, ministra Rosa Weber, que considerou todo o esquema inconstitucional e argumentou que esse tipo de emenda deve servir apenas à correção de erros e omissões no orçamento. De acordo com Mendonça, essa modalidade – que confere ao relator amplos poderes para distribuir verbas a estados e municípios, sem critérios técnicos – faz parte da cultura orçamentária desde 2001.

De acordo com o magistrado, eventual posicionamento do STF proibindo a execução das emendas poderia sobrepor a autonomia legislativa.

– Entendo que merece uma meditação prolongada de nossa parte sobre as condições de possibilidade e limite de uma intervenção do Supremo na matéria – apontou.

O ministro Kássio Nunes Marques defendeu que o orçamento secreto é assunto legislativo. O magistrado afirma que as ações, propostas por PSB, Rede, PSOL e Cidadania, vem de partidos que não tiveram “êxito dentro do Parlamento” e buscam o Judiciário como “espécie de terceiro turno de deliberação”.

– O Poder Judiciário não tem os elementos indispensáveis, nem a missão institucional, de avaliar o acerto ou desacerto de decisões parlamentares sobre o orçamento – pontuou.

Nunes Marques afirmou, ainda, que “quanto maior o poder do Legislativo sobre o orçamento, mais democrático é o país”.

Marques concordou com os autores da ação, entretanto, no que diz respeito à falta de transparência na distribuição e pagamento das emendas.

– As programações orçamentárias são públicas e devem estar à disposição para qualquer cidadão em consulta – ponderou.

*AE

Ajude a manter online o Litoral Hoje fazendo uma pequena doação por PIX. Utilize a chave PIX CNPJ 45.315.952/0001-32. Ou deposite na conta: Banco Original – 212 – Agência 0001 – Conta 7296983-0. Agradecemos a sua colaboração.

Fonte: Pleno.News


Você pode gostar também de