O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) explicou a Oeste que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro vai ser instaurada no Congresso, pois existe um clamor popular. O pedido, que conta com a assinatura de 191 deputados e de 35 senadores, é alvo de investidas do governo Lula, que tenta comprar o recuo dos parlamentares com o pagamento de emendas.
“Nos últimos anos, os políticos têm se importado muito com a opinião do público, e a população quer a CPMI”, disse Sanderson. “Governo: querendo ou não, a CPMI vai acontecer. A comissão não é feita para condenar ninguém, mas apenas para apurar uma situação e encaminhar ao Ministério Público Federal. O procurador-geral da República analisa e decide se vai ter uma denúncia.”
Na segunda-feira 6, Sanderson denunciou que “emissários” do governo federal estariam oferecendo R$ 60 milhões em emendas para quem retirar a assinatura da CPMI. “Não sei se isso vai acontecer, mas foi a informação que recebi. E eles estariam prometendo isso para os parlamentares de todos os partidos. Acredito que eles não vão ter sucesso com essa promessa.”
Pacheco na mira
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que, se a CPMI tivesse as assinaturas necessárias, o plano de trabalho e a verba definida, ela seria instaurada. Para ler o requerimento da comissão, Pacheco precisa convocar uma sessão do Congresso Nacional.
Caso o presidente da Casa não instaure a CPMI, o deputado disse que os apoiadores do pedido travariam a pauta no Congresso ou acionariam o Supremo Tribunal Federal contra Pacheco.
Ainda que Pacheco leia o pedido no plenário, o que marcaria oficialmente a abertura do processo, os líderes dos blocos partidários podem inviabilizar a comissão, não indicando integrantes para compor a CPMI. No entanto, segundo Sanderson, o PL e o PT estão no “mesmo bloco”. Então, se o PT não indicar os membros no prazo regimental, o PL indicaria.
“A CPMI tem mais suporte, pois são 15 deputados e 15 de senadores que vão integrar a comissão”, disse Sanderson. “Os ataques de 8 de janeiro aconteceram nas duas Casas. Logo, ambas devem investigar em conjunto. Me voluntariei para ser o relator, mas essa é uma questão partidária.”
Fonte: Revista Oeste