Bolsonaro afirma que Enem ainda teve ideologia, mas está mudando

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 22, que o Enem deste ano ainda teve “questão de ideologia”, mas disse que a prova “já está mudando” e citou que não houve perguntas  sobre “linguagem neutra”.

Falando a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro voltou a negar qualquer tipo de interferência dele ou do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no Enem 2021.

tipo de interferência dele ou do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no Enem 2021.

“Estão acusando o Milton de ter interferido na elaboração das provas. Se ele tiver essa capacidade e eu, não teria nenhuma questão de ideologia nesse Enem agora, que ainda teve. Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores”, declarou.

Bolsonaro continuou: “Agora, dá para mudar? Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente, de tal perfil… Não existe isso aí. O que o cara faz dentro das quatro paredes é problema dele. Agora não tem mais aquilo, a linguagem neutra de não sei o quê, não tem mais”.

Primeiro dia

Neste primeiro dia do Enem, chamou muito a atenção o tema da redação que foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. Segundo o dado mais recente, o Brasil tem 3 milhões de pessoas sem nenhum documento.

Professores e especialistas elogiaram o tema, acharam surpreendente e mais difícil do que o das edições anteriores.

Os alunos também responderam a 90 perguntas de linguagens e ciências humanas, como língua portuguesa e história. Houve perguntas sobre racismo, escravidão, erotização da mulher e questão indígena. As músicas Admirável Gado Novo, do cantor Zé Ramalho, e Sinhá, de Chico Buarque, foram usadas na prova.

O segundo dia será no próximo domingo, 28, ocasião em que os estudantes farão as provas de matemática e ciências da natureza.

O Enem 2021 está sendo realizado em meio a uma crise no Inep, responsável por elaborar e aplicar as provas, com saída de servidores e acusações de pressão na escolha de questões, o que o governo nega.

Ao fazer um balanço do primeiro dia, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que ficou claro que não havia cabimento narrativas de interferência na prova.

Ele lamentou que tenham tentado “politizar a prova”. “Talvez, se tivesse nossa interferência, pode ser, falo hipoteticamente, algumas perguntas nem estivessem ali”, afirmou.


Fonte: Revista Oeste


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