25 de fevereiro chama o povo para desafiar a ditadura travestida de democracia

Vem tarde, mas não exatamente em má hora o apelo de Bolsonaro para que pessoas se reúnam na Avenida Paulista em nome de uma real democracia. Já tem um bom tempo que pessoas estão sendo presas, censuradas, arrastadas, arruinadas por uma ditadura que se traveste de democracia sem povo. Bolsonaro, agora, é só a cereja do bolo e sua iminente prisão, um simples cálculo de tempo, caso não ocorra nenhum fato singular. Mas nunca é má hora para se combater uma tirania. Aliás, o combate à tirania, em todas as esferas humanas — a tirania de um ditador, de um namorado abusivo, de um juiz carrasco, de um imposto escorchante, ou mesmo de uma ditadura escancarada — são basicamente o combate contra o mal.

O mal é sempre ditatorial e quer suprimir a liberdade do outro, escravizando corpos e consciências em caráter privado, íntimo, sutil ou público e escancarado. A ditadura brasileira é a pior possível porque se traveste de uma democracia sem povo. Lula não consegue reunir ninguém nas ruas. Seus eleitores parecem morar dentro das urnas eletrônicas que o elegeram. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não saem às ruas para nenhum teste de popularidade por uma boa razão. Mas exercem um poder nunca visto na história da República, censurando, prendendo, arruinando financeiramente quem eles bem entendem, quem tenha feito alguma crítica a seus egos de toga que confundem com a instituição da democracia. 

Bolsonaro está às vésperas de ser preso. Crônica de uma morte anunciada que se dá desde que comprou briga com o STF por aquilo que ele chama de parcialidade da Suprema Corte. Bem, você, caro leitor, pode não concordar com o presidente acusado de ditador e golpista em potência por seus detratores que hoje fazem, democraticamente, segundo eles, perseguições, prisões, censuras típicas de uma ditadura para defender a legítima eleição de um condenado por corrupção a quem tiraram da cadeia por questiúnculas jurídicas.

Bolsonaro convocou, pois, pessoas às ruas no dia 25 de janeiro para se defender e defender o Estado Democrático de Direito da falsa acusação de golpe baseada em declarações cortadas, documentos enviesados e toda sorte de manipulações. Pediu que ninguém levasse faixa contra quem quer que fosse. A razão é simples: qualquer crítica a um dos ministros da Suprema Corte ou qualquer cartaz pedindo remodelação democrática tem sido visto como ato golpista, discurso de ódio, fake news — todos esses crimes de opinião que até ontem eram próprios de uma democracia normal e hoje colocam seu autor na cadeira. Tem razão Bolsonaro em seu pedido de moderação à população brasileira. É uma maneira de proteger as pessoas da injustiça patente que assola o país. Só alguns “iluministros” têm o direito de criticar.

A ideia é fazer uma fotografia do contraste entre uma democracia sem povo aparente que apoia os desmandos do STF e o próprio governo Lula e as centenas de milhares de pessoas que apoiam o ex-presidente. A ideia é mostrar ao Brasil que há uma ditadura não oficial no país que vem tentando e conseguindo destruir a direita brasileira. As pessoas têm sido acuadas, caladas, presas e até mortas, como é o caso de Cleriston Pereira da Cunha, morto na prisão por omissão de uma Justiça que o prendeu sem julgamento e o deixou morrer à míngua. Quase nada disto é noticiado pela mídia tradicional. O brasileiro comum vive anestesiado por uma miríade de notícias falsas sobre a realidade nacional ou vive com medo de se levantar e se insurgir contra tiranos.

Pois bem. Por isso, Bolsonaro quer fazer apenas um retrato do tamanho de seu apoio e do tamanho da ditadura. Mas sem nomear os “ditadores”, será que funciona? Será que a tal fotografia funcionará para que políticos consigam se mover contra um estado ditatorial ou este mesmo estado ditatorial vai se insurgir contra centenas de milhares de pessoas nas ruas? Respondo: isso já ocorreu. Nos últimos 7 de setembro, milhões de pessoas foram às ruas em protesto contra o Estado tirânico e esse mesmo estado tirânico — sempre com a ajuda da rede Globo e da mídia tradicional — disse que eram milhões de golpistas. Não seria um fato aterrador para uma ditadora que já prendeu milhares começar a prender milhões. Não dizer o que está ocorrendo, não protestar contra o ditador, não dizer o nome do ditador é uma estratégia boa? Estado democrático de Direito virou sinônimo de nada no Brasil onde o mais tirano dos carrascos usa este conceito para massacrar cidadãos inocentes.

Bolsonaro convida pessoas pela democracia, mas, só agora, em nome de sua defesa. Tarde, porém necessário. Tarde, porém urgente. Em nome de milhares de pessoas perseguidas pela ditadura brasileira, Bolsonaro acordou porque ele é a última e principal vítima. E se o povo não quer ser vítima por inteiro, deverá ir ao 25 de fevereiro, que poderá ser uma data histórica. Para o bem e para o mal. Mas a História não perdoa os ausentes e os omissos. Nem a História e muito menos os ditadores perdoam os ausentes e os omissos que vivem deles para os ignorá-los ou eliminá-los depois.

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Fonte: Revista Oeste


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