Vacinação de crianças é discutida em audiência pública do MS

O Ministério da Saúde (MS) começou nesta terça-feira, 4, a audiência pública sobre a vacinação de crianças contra a covid-19. O evento teve início às 10h. A pasta apresenta as diretrizes finais para imunização de crianças de 5 a 11 anos na quarta-feira.

A proposta do MS prevê que a vacinação de crianças ocorra apenas com “prescrição médica e autorização dos pais ou responsáveis”. Além disso, o órgão entende que a imunização não pode ser obrigatória.

Segundo o governo, a maioria das pessoas ouvidas na consulta pública finalizada no último dia 2 foi contra a obrigatoriedade de vacinação nessa faixa etária e contra a necessidade de apresentação de receita médica para vacinar essa faixa etária.

Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde, apresentou dados que comprovam a eficácia de 90,7% para a prevenção da covid-19 nessa faixa etária passados pelo menos 7 dias da segunda dose, por um período de aproximadamente 70 dias.

Contudo, Rosana também trouxe informações do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos que apontam para a existência de 4,2 mil notificações de eventos adversos em cerca de 8,7 milhões de crianças vacinadas nessa faixa-etária com idade entre 5 e 11 anos. Deles, 97% aparecem como não graves.

A contagem de eventos graves, ainda de acordo com o números do CDC, ficou em 100. Também foram confirmados 11 casos de miocardite, sendo que sete se curaram e nove ainda estão em tratamento. Entretanto, pelo menos 9 pacientes precisaram de internação em UTI. Além disso, dois relatos de morte passam por revisão.

Conforme os registros, 5,1% dos pais relataram que os filhos não conseguiram realizar atividades normais do dia a dia depois do recebimento da primeira dose. Esse número sobe para 7,4% com a segunda dose. Cerca de 1% dos pais procurou atendimento médico na semana após a aplicação da vacina.

Mortes sem a vacinação de crianças

Durante a audiência, o MS revelou que, dentre todas as mortes no Brasil relacionadas à covid-19, aproximadamente 311 foram de crianças com idade entre 5 e 11 anos, somando os anos de 2020 e 2021. Ao mesmo tempo, a contagem total de mortes relacionadas à doença no país está em cerca de 620 mil.

O momento atual da pandemia

Representando a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o médico clínico geral e doutor em imunologia Roberto Zeballos chamou a atenção para que se considere o momento atual da pandemia. Ele destacou que as pessoas contaminadas pela variante Ômicron, hoje predominante, têm apresentado sintomas “muito leves”. “Eu quero entender qual é a justificativa para colocarmos as crianças em risco de ter uma miocardite”, questionou.


Fonte: Revista Oeste


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