PF conclui investigação sobre vazamento de óleo no litoral brasileiro

A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação sobre o vazamento de óleo que poluiu praias de 11 Estados brasileiros em 2019. Foram indiciados pelo órgão a empresa, o comandante e o chefe da máquina do navio.

A investigação coletou indícios de que o navio NM Bouboulina, de bandeira grega, foi responsável pelo vazamento, assim como a empresa Delta Tankers. A PF apontou que o comandante Konstantinos Panagiotakopoulos e o chefe de máquinas Pavlo Slyvka deixaram de comunicar às autoridades o lançamento do material no oceano.

O dono da Delta, responsável pelo navio, e os dois tripulantes foram indiciados em crimes previstos na lei ambiental, entre eles, causar dano direto ou indireto às unidades de conservação e causar poluição que resulte em danos à saúde.

As primeiras manchas chegaram às praias do Nordeste no final de agosto de 2019 e até março do ano seguinte se espalharam por mais de dois mil quilômetros. A estimativa do Ibama é que cinco mil toneladas de resíduos tenham sido recolhidas em 1.009 localidades de 11 Estados.

Investigações

A suspeita sobre o navio Bouboulina surgiu ainda em 2019 depois que o cruzamento de imagens de satélite indicou que o navio havia transitado pelo local suspeito.

Enquanto analisava o material, a PF também recebeu o conteúdo de uma apuração administrativa feita pela Marinha que apontava no mesmo sentido.

Outro documento, do Centro de Capitães da Marinha Mercante, analisou as circunstâncias do derramamento e descartou possibilidade de acidente. Os indícios, segundo o estudo, sinalizam para um possível depósito proposital ou limpeza dos tanques.

O inquérito também analisou as amostras de óleo coletadas em vários pontos do litoral e concluiu se tratar de petróleo proveniente de poços da Venezuela.

O Bouboulina, também cita a PF, havia desatracado do porto venezuelano José Terminal Sea Island no final de julho de 2019, dias antes do surgimento das manchas.

Prejuízo passa de R$ 188 milhões

A PF calcula em seu relatório final um dano mínimo de R$ 188 milhões para o governo federal. O órgão ainda elabora um laudo do valor total que vai considerar outros fatores como o prejuízo às comunidades pesqueiras e ao turismo.

Com informações do jornal Folha de S.Paulo


Fonte: Revista Oeste


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