Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado, 16, o bilionário austríaco Reinold Geiger afirmou que um dos principais desafios do grupo L’Occitane no Brasil é o excesso de cirurgias plásticas das brasileiras. Geiger é dono do conglomerado e criador da versão nacional da marca, a L’Occitane au Brésil.
Dono de um patrimônio líquido de US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões), segundo o Bloomberg Billionaires Index, Geiger adquiriu a então pequena L’Occitane en Provence em 1994, quando passou uma temporada em Nova York.
Interpelado pelo jornal sobre o que o mercado brasileiro representa para as duas marcas, Geiger afirmou que a porcentagem é muito pequena, cerca de 2,5%. O empresário também afirmou que o excesso de cirurgias plásticas no país — especialmente entre as mulheres — é um dos obstáculos para a expansão do grupo no território nacional.
“As pessoas fazem muita cirurgia plástica, começam com 30 anos, aí, aos 40, têm que fazer uma segunda cirurgia” disse Geiger, em entrevista. “Aos 50, uma terceira. E, na verdade, estão destruindo seus rostos”
O empresário prosseguiu dizendo que as brasileiras em idade mais avançada podem ter uma aparência melhor caso não se submetam a muitos procedimentos estéticos. Ele também acredita que, um dia, o público irá perceber isso e investir em cuidados faciais mais eficazes.
As brasileiras realmente fazem muitas cirurgias plásticas?
A afirmação feita pelo dono do grupo L’Occitane não está distante da realidade. De acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), divulgados em 2022, o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo. O primeiro lugar do ranking é ocupado pelos Estados Unidos.
Os procedimentos mais desejados pelas brasileiras, no entanto, são feitos em regiões como abdômen, glúteos e mamas. No país, o procedimento estético mais realizado é a lipoaspiração, com 15,5% do total das cirurgias realizadas.
A segunda e terceira cirurgia mais realizadas são, respectivamente, o implante de silicone e a abdominoplastia. 4 das 5 cirurgias mais realizadas no Brasil são realizadas na região corporal. Em outros países, como o Japão, acontece o inverso: 4 das 5 cirurgias mais realizadas são no rosto.
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Fonte: Revista Oeste