Um grupo de ao menos 40 deputados federais deve pedir o impeachment do ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania. De acordo com o site Metrópoles, o pedido será protocolado na Câmara dos Deputados.
Trata-se de uma reação à confirmação de Almeida de que seu ministério pagou as passagens aéreas e diárias de Luciane Barbosa Farias, conhecida como ‘Dama do Tráfico’, mulher de um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho.
Luciane participou de um evento promovido pelo ministério de Almeida chamado Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado nos dias 6 e 7 em Brasília. Segundo o ministério, “o comitê estadual do Amazonas indicou Luciane como representante a participar do evento” e todos os convidados tiveram as passagens e diárias custeadas.
De acordo com o Metrópoles, o pedido de impeachment de Almeida é encabeçado pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE) e já tem 41 assinaturas, mas ainda não foi protocolado.
Para os parlamentares, há motivo para cassação porque a conduta do ministro se configura como crime de responsabilidade devido à infringência do artigo que manda as autoridades agirem “de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
Luciane Barbosa Farias, a ‘Dama do Tráfico’ | Foto: Reprodução/ Instagram
Conhecida como ‘Dama do Tráfico’, Luciane é casada há 11 anos com o traficante Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. Ele foi condenado a 31 anos de prisão e cumpre pena no presídio de Tefé (AM). Luciane também foi condenada por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A pena imposta foi de 10 anos, mas ela recorre em liberdade.
Desde o ano passado, ela preside uma ONG de direitos humanos para defender presos e foi nesse papel que esteve em duas reuniões no Ministério da Justiça com assessores diretos do ministro Flávio Dino. Essas reuniões já renderam um pedido de impeachment de Dino. A ‘Dama do Tráfico’ também se reuniu com outros políticos em Brasília.
Dino tentou reduzir a importância do fato de uma integrante de uma facção criminosa se reunir com seus assessores próximos, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa de Dino contra o que chamou de fake news.
Revista Oeste
Fonte: TBN